Começa a ser dado destaque
internacional a algumas das universidades portuguesas, as quais integram
“rankins” de qualidade onde figuram as melhores escolas do Mundo. No caso das
notícias que seguidamente se reproduzem as classificações são elaboradas pelo SCImago e uma
outra pelo Financial Times.
Portugal tem sete universidades entre as
700 melhores do mundo a nível de publicação científica, mais uma do que em
2011. De acordo com o ranking da SCImago, quase todas as instituições nacionais
conseguiram melhorar a sua prestação, verificando-se um crescimento constante
da produção do sistema científico nacional ao longo de quase a última década.
No top-700 desta lista, a novidade é a
entrada da Universidade do Minho, que é aquela que apresenta um maior
crescimento entre as nacionais. A instituição de ensino superior sediada em
Braga e Guimarães subiu 60 lugares no ranking, passando agora a ocupar a
posição 684, mercê da publicação de 4824 artigos científicos.
Na parte alta da tabela estão outras
seis universidades portuguesas, sendo que a do Porto continua a ser a melhor. A
instituição portuense está em 270.º lugar, 28 acima face à lista de 2011, tendo
contabilizadas 11.159 publicações. Seguem-se a Universidade Técnica de Lisboa
(que passou de 307.º para 294.º), Universidade de Lisboa (522.º para 511.º) e
Universidade de Coimbra (541.º para 531.º). Entre as principais instituições
nacionais, a Universidade de Aveiro é a única que não melhora a sua prestação,
mantendo a 550.ª posição. Entre as melhores está ainda a Universidade Nova de
Lisboa, que ocupa a posição 662, ganhando 27 lugares.
Esta é a terceira vez que a SCImago
produz este ranking, que se baseia em dados quantitativos relativos a
publicações e citações de artigos, contabilizando os anos 2006 e 2010. Portugal
coloca 29 instituições nesta lista, da qual constam 3290 universidades e
centros de investigação a nível mundial. Ao todo, os investigadores nacionais
publicaram, no período em análise, 70.355 artigos, mais 19 mil do que no
relatório do último ano. Se a comparação for feita a uma década, tendo como
ponto de comparação a lista de 2009 que contemplava artigos produzidos desde
2003 -, as instituições nacionais conseguem incluir mais 33 mil publicações
científicas na lista.
Este ranking é liderado este ano pelo
Centro Nacional de Investigação Científica, de França, que contabiliza mais de
202 mil publicações no período em análise. Seguem-se a Academia Chinesa de
Ciências que liderava a lista no ano passado -, a Academia Russa das Ciências e
a Universidade de Harvard.
Algumas universidades
portuguesas são já presença constante nos ‘rankings' internacionais liderados
pelas melhores do mundo, escalando posições apesar da sua pequena dimensão
quando comparadas com as congéneres estrangeiras, e mostrando que a formação é
uma área onde o país tem reconhecimento internacional.
O maior destaque vai para
as escolas de negócios, que se posicionam cada vez melhor na avaliação que é
feita internacionalmente da sua formação de executivos. E são já três as
universidades que têm as suas ‘business schools' entre as melhores do mundo. A
Católica-Lisbon School of Business and Economics foi a primeira a entrar no
‘ranking' da formação de executivos do Financial Times, onde já está há seis
anos consecutivos, aparecendo, este ano, no 46º lugar. A Nova School of
Business and Economics entrou, pela primeira vez em 2011, e subiu já 11
posições, estando agora na 47ª. Também a Universidade do Porto conseguiu estrear-se,
em 2011, no ‘ranking' da formação customizada para as empresas, repetindo, em
2012, o feito e alcançando o 64º lugar.
A nível mundial, os
espanhóis dão cartas com a IESE no primeiro lugar. Em segundo, fica a HEC Paris
e, em terceiro, a suíça IMD. Os três lugares do pódio pertencem, assim, a
escolas europeias. Só em quarto surge a americana Harvard Business School.
Aliás, nos dez primeiros lugares deste ‘ranking', seis são escolas europeias
(duas espanholas, duas francesas, uma suíça e uma britânica), três são
norte-americanas e uma é a brasileira Fundação Dom Cabral. Nota-se, assim, uma
predominância no ‘top ten' das escolas europeias em relação às
norte-americanas.
Estas escolas têm vindo a
alargar a sua actuação à Ásia, mais concretamente a Singapura, fazendo com que
este mercado ganhe peso. É o caso do francês Insead (10º lugar), do
norte-americano Center for Creative Leadership (6º), da Universidade de Chicago
e da francesa Essec, que já estão nestes países. O peso da Ásia estende-se,
assim, da economia à área da formação.
Mestrados também já são
reconhecidos lá fora
Apesar da forte presença portuguesa na formação de executivos mundial, não é só
nesta área que Portugal aparece nos ‘rankings' internacionais.
As universidades Nova e
Católica surgem no ‘ranking' do FT dos mestrados em Gestão, em 50º e 64º lugar,
respectivamente. A Católica-Lisbon School of Business and Economics surge ainda
com uma óptima classificação no que se refere à empregabilidade, aparecendo no
4º lugar nos programas com melhores colocações no mercado de trabalho. A Nova
School of Business and Economics aparece neste mesmo ‘ranking' com o mestrado
em gestão internacional CEMS, leccionado em várias escolas europeias, que surge
no honroso 3º lugar, e está também no ‘ranking' dos mestrados em Finanças
pré-experiência, na 21ª posição, escalando oito em relação a 2011. Nos
mestrados em Finanças a Nova é a única instituição portuguesa a marcar
presença.
As portuguesas surgem
ainda no ‘ranking' de 400 instituições de todo o mundo do "Times".
São quatro, este ano, as portugueses que figuram no "Times Higher
Education 2012": Aveiro e Porto, que se mantêm, e Minho que entra pela
primeira vez.
Os rankings do FT
São a bitola para avaliar o prestígio das instituições de ensino superior de
todo o mundo e a qualidade do seu ensino e formação. Entrar nos ‘rankings' do
Financial Times é, desde logo, motivo de orgulho e reconhecimento
internacional. Depois há que subir posições, o que se torna mais difícil no
caso das universidades portuguesas devido à sua pequena dimensão. É também um
óptimo cartão de visita para as universidades se darem a conhecer lá fora e
atraírem estudantes estrangeiros.
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