sábado, 3 de novembro de 2012

LEITURA NÃO RECOMENDADA A PESSOAS SUSCEPTÍVEIS


O crescimento da população que habita o planeta coloca, a muito breve prazo, questões sobre a sua alimentação. As preocupações ambientais, o alargamento de horários laborais e a alteração dos hábitos de vida são outros tantos factores que vão originar mudanças neste domínio. 


A notícia que reproduzimos seguidamente enquadra-nos amplamente esta questão e só pode deixar-nos apreensivos!...


Atualmente, vários fatores preocupam os especialistas sobre aquilo que comeremos no futuro. O aumento do preço dos bens alimentares, o crescimento populacional e as preocupações ambientais estão a mudar a forma como nos alimentamos ou mesmo o que a comida significa para as sociedades.
Segundo os especialistas consultados por Denise Winterman, repórter da BBC, a carne tornar-se-á um bem de luxo no Reino Unido com os preços a atingirem mais do dobro dos atuais nos próximos cinco, sete anos.
"O aumento dos preços significa que estamos a regressar à carne como um bem de luxo. Em resultado disso estamos a procurar alternativas, de forma a preencher essa lacuna da carne", diz  Morgaine Gaye, investigadora alimentar. Eis algumas alternativas:
Insetos: segundo investigadores da Universidade de Wageningen, na Holanda, os insetos contém maior valor nutricional do que a carne e são uma grande fonte de proteína. Além disso, o processo de criação é menos dispendioso do que o dos animais, consomem menos água e a sua pegada ecológica é muito baixa. Estima-se que existam 1400 espécies de insetos comestíveis.
Não faça aquela cara de "Blhaaccc". Na verdade, "grilos ou gafanhotos serão triturados e usados como ingredientes em alimentos como hamburgueres", explica Gaye à cadeia televisiva. Além disso, estes animais são consumo regular da dieta de vários povos. As lagartas e gafanhotos são populares em África, as vespas são uma iguaria no Japão e os grilos na Tailândia.
O governo holandês está atualmente a estudar a inserção dos insetos nas dietas alimentares. Recentemente investiu um milhão de euros  em pesquisa e desenvolvimento de legislação que regule a criação de insetos para alimentação. A investigadora diz que, mais cedo ou mais tarde, as sociedades ocidentais adotarão uma linguagem mais "comestível" no que respeita aos insetos. "Vão tornar-se populares quando nos conseguirmos afastar da palavra "inseto" e usarmos algo como mini-pecuária", explica.
Comida ultrassónica: é sabido que a aparência e o cheiro dos alimentos influenciam o seu consumo, mas agora há uma nova variável a incluir: o som. Um estudo recente realizado por cientistas da Universidade de Oxford concluiu que certos tons poderiam dar um sabor mais doce ou mais amargo aos alimentos.
O estudo Bittersweet, liderado por Charles Spence, professor de psicologia experimental, descobriu que o sabor dos alimentos pode ser ajustado alterando as propriedades sonoras de uma música de fundo. "Ainda não sabemos ao certo o que acontece no cérebro mas algo acontece e isso é realmente emocionante", diz Jones.
Pensa-se que estes estudos poderão ter um impacto importante no uso da música para remover ingredientes prejudiciais para a saúde, sem que o consumidor se aperceba dessa diferença no paladar. "Sabemos qual a frequência sonora que torna as coisas mais doces. Potencialmente, pode reduzir-se o açúcar num alimento, mas usar a música para fazê-lo parecer mais doce aos olhos do consumidor", explica.


Algumas organizações já utilizam atualmente a ligação entre a comida e o som nas embalagens. Uma empresa de batatas-fritas mudou o material da embalagem para tornar a abertura da mesma o mais parecida possível com o som estaladicço de comer batatas-fritas.
Listas de músicas poderão ser, inclusive, inseridas nas embalagens de forma a ajudar a melhorar o sabor do produto. Ou por exemplo, um restaurante inglês que possui um prato chamado "Som do Mar" que é servido com um iPod a tocar sons do mar de forma a fazer a comida parecer mais fresca.
Carne feita em laboratório: no início deste ano, cientistas holandeses conseguiram criar carne em laboratório, a partir de células embrionárias retiradas de vacas. Até ao final do ano, os mesmos esperam criar o primeiro hamburguer totalmente "in vitro". Mas a produção de carne em laboratório não é propriamente recente. Há vários anos a NASA já teria estudado a possibilidade de criar carne "in vitro" de forma a ser consumida no espaço pelos astronautas. Hoje em dia, a solução passa por conseguir  reduzir o impacto ambiental do consumo de carne.
Cientistas da Universidade de Oxford concluíram que a carne produzida em laboratório reduziria significativamente o efeito de estufa, bem como o desperdício de energia e água na sua produção. Além disso, seria possível reduzir o teor de gordura e aumentar a quantidade de nutrientes. Um dos principais desafios dos investigadores é o aspeto do produto em si. Uns defendem que deverá ser o mais parecido possível com a carne tradicional, outros defendem que o debate ainda está no início sobre com o que se deve parecer a carne produzida em laboratório.
Algas: as algas estão num nível inferior na cadeia alimentar mas não é por isso que deixam de ser uma solução interessante no futuro. Existem mais de 10 mil espécies no mundo e com sabores variados. Podem ser cultivadas no mar, alimentam o homem e os animais, para além das propriedades energéticas que já lhe são conhecidas nomeadamente a produção de biocombustíveis que pode ajudar a reduzir a dependência dos combustíveis fósseis.
Vários especialistas da indústria alimentar sustentável defendem que o cultivo de algas poderia tornar-se num dos maiores do mundo. Em vários países asiáticos ela é já uma realidade abundante. Tal como os insetos, elas podem ser utilizadas na nossa dieta sem que nos apercebamos que elas estão lá realmente.
Por exemplo, cientistas da Universidade de Sheffield Hallam utilizaram os grãos de algas para substituir o sal no pão e em alguns alimentos processados como nas refeições prontas de supermercados, salsichas ou até queijo. "A grande vantagem das algas é que são a planta que mais cresce no mundo", diz raig Rose, diretor executivo da Fundação de Saúde de algas.

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