O BE distribuiu
ontem, pela manhã, junto da comunicação social, um comunicado que é um sinal do
desespero de uma direcção política que não fez a escolha mais adequada ao nosso
concelho e que agora quer “salvar a pele”.
Ainda os
deputados municipais não tinham tido acesso ao teor da decisão da UT na AR, que
foi dirigida ao Sr. Presidente da AM, e já o BE se precipitava a gritar “vitória”,
como se num processo de agregação de freguesias que o Governo e a maioria
PSD/CDS impuseram, através da Lei 22/2012, houvesse possibilidade de alguém sair vencedor!...
O BE afirma
naquela nota à imprensa: “O BE tinha razão” e acrescenta ainda: “A unidade
técnica da Assembleia da República deu razão ao BE”. Estamos perante um absurdo
e nova inverdade.
Por causa
disso o vereador Helder Esménio (PS) na reunião de Câmara de ontem, fez a
intervenção que se transcreve seguidamente, em que confrontou detalhadamente
aquelas afirmações com o que diz a decisão da Unidade Técnica, que chegara na
noite anterior e que tencionamos publicar amanhã. Disse:
“O que
esteve sempre em causa era qual seria a melhor estratégia para minorar os
efeitos daquela Lei, sabendo-se que se nada se fizesse perderíamos metade das
nossas freguesias e, nesse
caso, o nosso concelho ficaria com 3 freguesias - União das freguesias de
Salvaterra de Magos e Foros de Salvaterra, União das freguesias do Granho
e Muge e União das freguesias de Marinhais e Glória do Ribatejo. Se virmos
o ponto 1.4 do projecto/decisão da Unidade Técnica da Assembleia da República, lemos:
Ou seja, o que sempre afirmámos que
aconteceria se nada se fizesse, era verdade, ficávamos com 3 freguesias.
Dissemos
também que com a pronúncia da AM, com a argumentação de que as freguesias de Marinhais
e Glória do Ribatejo não eram sucessivamente contíguas e sublinhando o cariz
agrícola dos Foros de Salvaterra salvaríamos sempre, no mínimo, mais uma
freguesia, embora optássemos por tentar defender (e manter) 5 freguesias.
Diz a Unidade Técnica UTRAT):
Ou seja, confirmou-se o que sempre
dissemos, a opção da nossa Assembleia Municipal pela pronúncia permitiu “salvar” mais uma
freguesia, por isso vamos ficar com 4 freguesias. É certo que a Unidade Técnica não aceitou
a proposta para mantermos 5 freguesias, o que lamentamos profundamente, mas há
uma coisa de que ninguém pode acusar os autarcas socialistas é de não o terem
tentado.
Recordo que o BE ao votar contra a
pronúncia, votou também contra essa tentativa que fizemos para manter 5
freguesias, por isso não tem qualquer legitimidade política para criticar a Assembleia Municipal por o ter tentado, tanto mais que os caminhos que o BE queria seguir – o da
realização de um referendo local foi chumbado pelo Tribunal Cosntitucional e o
da pronúncia pelas 6 freguesias levaria a Unidade Técnica a considerar (nº 2 do artº 14º) que
a nossa Assembleia Municipal não se pronunciara e, nesse caso, ficaríamos com 3 freguesias, como diz
a UTRAT no ponto 1.4 que acima transcrevi.
O BE na
sua página na internet, em
comunicados e até em entrevista à Rádio Marinhais dizia que a AM tinha de fazer uma nova
pronúncia e indicar mais uma freguesia a agregar, sob pena, se não o
fizesse, de acabarmos com 3 freguesias. Nada mais errado, creio que o BE pretendia apenas lançar a confusão. Dissemos, em resposta, até aqui na CMSM, que se a Unidade Técnica considerasse a nossa pronúncia pelas 5 freguesias desconforme (como aconteceu), salvaríamos sempre 4
e que teria de ser a Unidade Técnica, nesse caso, a indicar a freguesia que impunha se
agregasse, não vai ser nem o PS, nem a Assembleia Municipal a fazê-lo. Diz agora a UTRAT:
Ou seja, dissemos a verdade à população
do concelho, ao contrário do que fez o BE. O concelho vai ficar com 4 e não com
3 freguesias e quem vai impor a união da nova freguesia é a Unidade Técnica e não a nossa
Assembleia Municipal.
Com o
caminho que escolhemos para além de ficarmos com mais freguesias, demos a
possibilidade às Assembleias de Freguesia do Granho e da Glória Ribatejo
de decidirem se queriam unir-se, respectivamente, a Muge e a Marinhais, como
aconteceria “automaticamente” se não houvesse a pronúncia da Assembleia Municipal (AM), ou se preferiam
antes – no caso de a Lei não ser suspensa e avançar – unir-se entre si. Ambas
as Assembleias de Freguesia preferiram agarrar esta oportunidade e criar uma
nova freguesia que resulta dessa união. A pronúncia da AM defendeu esta decisão
tomada pelas Assembleias de Freguesia e a Unidade Técnica vem agora apreciar esta solução e
diz:
Ou seja, fizemos bem
em defender, através da pronúncia, outra solução de união das freguesias do
Granho e da Glória do Ribatejo, pois evitámos que uma fosse unir a Muge e a
outra a Marinhais, quando ambas preferiam, como "mal menor", unir-se entre si e
sabendo-se que as Assembleias de Freguesia de Marinhais e de Muge tinham deliberado no
sentido de não se unirem com ninguém.
Em consequência de a Unidade Técnica não ter aceitado a pronúncia pelas 5 freguesias,
decidindo que apenas podíamos salvar uma, define a UTRAT no seu projecto que, nos
termos da Lei, são as freguesias de Salvaterra de Magos e de Foros de
Salvaterra que têm de se unir. E diz:
Estamos naturalmente contra esta decisão
da Unidade Técnica, daí termos proposto a manutenção de 5 freguesias. Infelizmente com esta
Lei, diz a UTRAT, não vai ser possível ficar com mais de 4 freguesias.
Recordo que
em todas as Assembleias de Freguesia em que o PS tem a responsabilidade de
presidir, foi possível definir um caminho que acabou por ser aceite na
totalidade pela Unidade Técnica.
Ouvimos a
Assembleia de Fereguesia de Muge que deliberou no sentido de não se unir com
nenhuma outra, e assim sucedeu. Ouvimos a Assembleia de Freguesia de Marinhais
que também deliberou no sentido de não se unir a nenhuma outra freguesia, e
assim sucedeu. Ouvimos a Assembleia de Freguesia da Glória do Ribatejo que se
disponibilizou a unir com o Granho, ouvimos a Assembleia de Freguesia do Granho
que também se disponibilizou – para diminuir o mal desta Lei - a unir-se com a Glória do Ribatejo, ambas concluiram,
ainda, que a sede da nova freguesia vai ficar na Glória do Ribatejo e o Granho
ficará com uma delegação da Junta, e assim sucedeu.
À imagem do
que aconteceu entre o Granho e a Glória do Ribatejo, que chegaram a consenso, lanço
agora um desafio público ao BE Salvaterra: ouçam, também, as Assembleias de
Freguesia de Salvaterra de Magos e dos Foros de Salvaterra que são presididas por autarcas vossos e vejam se eles acordam na localização da sede da nova
freguesia que vai resultar da sua união, imposta e decidida pela Unidade Técnica, Comprometo-me, desde já, a defender no seio do Partido
Socialista que aceitaremos essa indicação das Assembleias de Freguesia de
Salvaterra e dos Foros e que assumimos o compromisso político de na outra
povoação onde não ficar a sede, mantermos uma delegação da nova Junta de
Freguesia.
Do meu ponto de vista se as Assembleias de Freguesia de Salvaterra de Magos e dos Foros de Salvaterra decidirem que a sede deve ficar em Salvaterra de Magos não vale a pena dizer nada à Unidade Técnica, pois é isso que a Lei prevê. Se, porventura, aquelas Assembleias de Freguesia decidirem - porque em Salvaterra de Magos já existe um serviço de proximidade que é a Câmara Municipal - que a sede da nova freguesia deve ficar nos Foros de Salvaterra, mantendo em Salvaterra de Magos a delegação dessa Junta, então é preciso enviar essa decisão à Unidade Técnica, no prazo máximo de 20 dias.
O PS certamente que votará na Assembleia Municipal, que vai ter de reunir, aquilo que for possível consensualizar entre os autarcas das diferentes forças partidárias. Fica a sugestão.”
Do meu ponto de vista se as Assembleias de Freguesia de Salvaterra de Magos e dos Foros de Salvaterra decidirem que a sede deve ficar em Salvaterra de Magos não vale a pena dizer nada à Unidade Técnica, pois é isso que a Lei prevê. Se, porventura, aquelas Assembleias de Freguesia decidirem - porque em Salvaterra de Magos já existe um serviço de proximidade que é a Câmara Municipal - que a sede da nova freguesia deve ficar nos Foros de Salvaterra, mantendo em Salvaterra de Magos a delegação dessa Junta, então é preciso enviar essa decisão à Unidade Técnica, no prazo máximo de 20 dias.
O PS certamente que votará na Assembleia Municipal, que vai ter de reunir, aquilo que for possível consensualizar entre os autarcas das diferentes forças partidárias. Fica a sugestão.”
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