O título desta canção sintetiza de forma simples o que vai ter (?) de acontecer em Portugal. Não é possível continuarmos a gastar, ano após ano, mais do que aquilo que conseguimos colectivamente produzir. Ou temos de aumentar as receitas (desenvolvimento económico), ou temos de cortar nas despesas (austeridade), ou ambas as coisas!
(in Jornal de negócios, 19-10-2012)
Porque os números nos dão a dimensão correcta do problema, importa referir que, neste momento, a dívida pública portuguesa ascende a quase 200.000.000.000 € e no final do ano que vem deverá aproximar-se dos 207 mil milhões.
Conhecendo esta realidade não sei se continua a haver espaço para nos iludirmos na defesa de soluções que mantenham este endividamento contínuo, sem fazer nada para o travar e inverter. Infelizmente, como bem sabemos, ninguém se entende - governantes, oposição, políticos, economistas, analistas, jornalistas e comentadores - quanto ao tratamento mais adequada para cuidar desta "enfermidade"!...
(in Jornal i, 19-10-2012)
Consultando estes quadros com os impostos que se pagam nos vários países da União Europeia, cada um poderá tirar as suas conclusões. Verifica-se que em nenhum deles Portugal tem a taxa mais elevada, mas está bem perto disso no que diz respeito ao IRS, ao IRC e ao IVA. No que diz respeito à Taxa Social Única (TSU) as situações são muito diversificadas pelo que, simplificando, diria que estamos com taxas de imposto intermédias.
(in o SOL, 19-10-2012)
Ficamos assim com uma ideia global para onde vai o dinheiro dos nossos impostos. Numa análise mais pormenorizada ficamos a saber - fazendo fé naquele semanário - que os gastos com as "operações de dívida pública" ultrapassam já as verbas com a "educação" e não estão muito distante das despendidas com a "saúde".
Para que melhor alcancemos estes números e a sua dimensão é preciso saber que cada cidadão português (crianças incluídas) deve cerca de 18.000€ aos seus credores, daí a importância de se conseguir reduzir a taxa de juro a que todos estes empréstimos estão sujeitos.
É justo que uma geração, ou duas, em nome de um conjunto de (ir)responsabilidades, de estratégias políticas, de propaganda partidária, de vontade de fazer, possa condenar/condicionar por décadas o futuro das gerações vindouras?!
Os eleitores vão ter de prestar mais atenção na credibilidade pessoal e profissional de quem se propõe representá-los, sob pena de nada verdadeiramente significativo se alterar.
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