terça-feira, 6 de novembro de 2012

A TRISTEZA DAS PESSOAS


A tristeza acompanha o dia-a-dia das pessoas - de todos nós - tal é a dimensão do esforço e das medidas que sobre elas incidem. Mas pior do que isso é (julgo ser) a insegurança que as invade, tão pouca é a crença no "caminho". A quem governa pede-se rigor, exige-se saber, espera-se isenção e bom senso, mas fundamentalmente quer-se convicção e esperança.
Os eleitores têm o direito a ser informados e a saber a verdade pelos seus representantes, mas também têm o dever de não punir os que optam por não os iludir. Quanto menos são os recursos e maiores as dificuldades, mais cuidadosos devemos ser nas escolhas que fazemos. 
Os eleitos (autarcas ou governantes) são os cidadãos que em cada momento livremente escolhemos para nos representar. O próximo acto eleitoral (autárquicas, 2013) vai ser um teste para todos. Vai ser curioso observar se aqueles que se vão apresentar optam por conter as suas propostas dentro dos limites da realidade orçamental ou se preferem o populismo e a demagogia, que tanto têm contribuído para o desprestígio do regime democrático e das instituições que o garantem.


Mas também vai ser interessante verificar se os candidatos que optam pela contenção (verbal e de investimentos) acabam por ser os escolhidos pelos seus pares?!
O tempo de prometer equipamentos, infraestruturas, investimento público, como primeira prioridade, acabou. A actual conjuntura económica desaconselha este tipo de abordagens, tão comuns em eleições locais. Vai ser preciso "inventar" soluções e propostas que sejam credíveis. 
Só vai ter o voto popular quem for confiável, e só é confiável quem for credível, e essa credibilidade não se alcança com a propaganda, adquire-se pelo trabalho do dia-a-dia.
Aqueles que persistem no insulto fácil, na maledicência, nos ataques à honra dos seus oponentes, não serão merecedores da confiança dos seus concidadãos. 
Os cidadãos não são todos iguais, os políticos - ao contrário do que alguns dizem - também não! Se não quisermos que possam ser escolhidos os piores temos de nos incomodar e participar na escolha. Recusar fazê-lo é desistir da democracia, é prescindir da liberdade, e esse não pode ser o "caminho"!...

Sem comentários:

Enviar um comentário