quarta-feira, 21 de novembro de 2012

PESSIMISMO(S)

(in semanário EXPRESSO, 3-11-2012)

A austeridade que se arrasta e que alguns ainda prometem durar mais 5 anos, os cortes sucessivos nos rendimentos do trabalho, o aumento sistemático de impostos e a percepção de que nada detém o défice público e o endividamento do País, são realidades que levem os cidadãos a descrer das terapêuticas, dos que as prescrevem, das alternativas e do futuro.
Esta descrença colectiva envenena a relação eleito-eleitor, cria condições para radicalismos e actos de violência, intimida empreendedores e afasta investidores. Nestes momentos é fundamental que aqueles que lideram compreendam a realidade, reformulem objectivos, adaptem as organizações e as estruturas de Poder a melhor servir, minorando - no dia-a-dia - o impacto da crise. 
O tempo não é de desânimo, nem de euforia, muito menos de ausência e abandono, exige-se mais atenção, dedicação e capacidade de projecto, tudo o que (já) não encontramos na actual maioria que governa a Câmara Municipal. Vai ser um ano difícil para todos e mais um ano desperdiçado no que à capacidade de gerir o Município diz respeito.
Quando se aproxima um novo pacote de fundos comunitários (2014-2020), tendo já sido anunciado que o seu valor poderá diminuir em pelo menos 15% relativamente aos programas que vigoram até 2013, era fundamental e sensato que o nosso Município pensasse a sua estratégia de desenvolvimento articulando-a com os financiamentos disponíveis e previsíveis, e executasse os projectos que deveriam estar na origem das candidaturas a apresentar. Não sei se a partir de Outubro de 2013 ainda se irá a tempo?! Temo bem que não!...

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