sábado, 3 de novembro de 2012

RIR DÁ SAÚDE E PROLONGA A VIDA


A notícia que seguidamente se publica dá conta que aqueles que têm sentido de humor têm maior longevidade e diz-nos ainda que as mulheres vencem os homens na capacidade que têm para rir.


 Juntando ambas as informações poderíamos encontrar a explicação – que nos faltava - para o facto de as mulheres viverem mais do que os homens. Há quem prefira falar em genes mas se calhar é apenas por maior sentido de humor!...


O que acontece no cérebro quando estamos perante uma situação absurda? Porque é que quem tem bom humor vive em média mais quatro anos e meio? Homens e mulheres, quem tem o melhor sentido de humor? Natalia Lopez Moratalla, formada em bioquímica revela os “bastidores” de uma boa gargalhada.
“As crianças cegas ou surdas, que nunca viram ou ouviram alguém rir, sorriem quando estão felizes”, começa por dizer Moratalla, explicando que o riso é “uma resposta natural” do homem sempre que está feliz ou quando é exposto a uma situação absurda.
Apesar de natural, rir é uma atividade complexa, que envolve três camadas do cérebro. “Um bom senso de humor requer uma mente ágil e flexível, uma vez que o processo de entender uma piada, achar-lhe graça e rir são sincronizados muito rapidamente”, refere a investigadora.
O processo começa quando o indivíduo lê ou ouve uma piada. A informação recebida pelos olhos ou ouvidos é enviada para o cérebro onde, enquanto o hemisfério esquerdo começa a colocar em ordem a informação esperando encontrar um fim lógico,  o hemisfério direito ativa uma área que permite imaginar a mesma informação de um ponto de vista absurdo. Depois, é necessário fazer recurso da memória de curto prazo para contrastar as informações recebidas inicialmente com aquilo que seria expectável. 
Trata-se, no fundo, de “uma rede de neurónios que armazena as nossas expetativas razoáveis para a história, enquanto nós continuamos a receber informações que, num momento preciso, oscilam absurdamente contra o que era esperado. Aí distinguimos o que é razoável do que é irrisório, e o que encontramos de absurdo torna-se divertido”, conclui Natalia Lopez Moratalla.
Face a algo disparatado, o cérebro ativa o “centro de aviso de erro”, localizado no córtex frontal. “A capacidade inata do homem de detetar erros sempre foi compensada”, refere a investigadora, acrescentando que é então acionada uma segunda camada do cérebro, onde se processa o sentimento, com vista a provocar uma sensação de satisfação. Por fim, tal como acontece com outros estímulos positivos,  é ativada uma terceira camada “onde a dopamina, a hormona da felicidade, é produzida”, diz Moratalla. Nesse momento, são enviados sinais de satisfação para o córtex pré frontal e “o sistema de recompensa provoca uma reação de euforia”, conclui a investigadora.
A felicidade tem, afinal, uma explicação científica e segundo  uma pesquisa desenvolvida por Richard Whiseman, de Herforshide University, as mulheres saem vencedoras na disputa pelo sexo com o maior sentido de humor.
“A forma como o cérebro de uma mulher processa a informação leva a uma maior integração do conhecimento e emoção, atingindo assim uma resposta agradável muito alta”, explica a investigadora.
No entanto, salienta Moratalla, “deve-se ter em mente que encontrar algo mais ou menos divertido é muito pessoal,  depende da intensidade da emoção provocada” na pessoa.

Os animais também riem?

Apesar de muitas vezes se encontrar no mundo animal seres que em determinadas situações parecem sorrir, a capacidade de rir é, garante a investigadora, um ato genuinamente humano. “Estas reações não são conscientes, pois aos seus cérebros falta o poderoso pacote de fibras presentes no cérebro humano que liga as áreas de linguagem, e que permite brincar com as palavras, dizer ou entender piadas”, explica Natalia Lopez Moratalla. 
Rir é uma atividade universal e exclusiva do ser humano, sendo o sentimento de felicidade associado à capacidade do indivíduo “se dar bem consigo mesmo e com o meio ambiente”, conclui Moratalla. 
Além disso, rir faz bem à saúde: “Quando rimos sentimo-nos relaxados, o stress vai embora. As pessoas com bom humor têm um sistema imunológico saudável, correm menos 40% de riscos de vir a sofrer ataques”, explica a investigadora.  
Uma boa gargalhada diária pode por isso ser bastante rentável e os factos provam-no: quem tem bom humor vive em média mais quatro anos e meio.

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