A baixa taxa de fertilidade, em
Portugal, que tem actualmente o valor mais baiso de sempre, coloca inúmeras
interrogações quanto à nossa viabilidade enquanto País. A crescente
predominância do factor emprego/trabalho na vida das pessoas, prejudica sobremaneira a família
e a disponibilidade para ter e acompanhar os filhos. Se a isto acrescermos as
dificuldades por que passamos, as subidas dos custos com a educação e a
saúde, temos algumas das explicações para os números preocupantes que hoje se
registam.
Não é também de desprezar para atingir este
resultado, o enorme número de casais que não podem ter filhos e que não
conseguem suportar sozinhos os encargos com os tratamentos e as alternativas
que a ciência hoje coloca ao seu dispor.
Se a taxa
de fertilidade em Portugal se mantiver nos níveis em que está actualmente, de
1.3 filhos por mulher, o país desaparece, diz o médico Daniel Serrão.
Em Portugal nascem cada vez menos crianças, só a
Bósnia tem uma taxa mais baixa, segundo dados das Nações Unidas hoje divulgados.
Ainda assim a organização mantém a aposta nos
contraceptivos em vez de investir na ajuda aos casais inférteis, queixa-se
Cláudia Vieira, presidente da Associação Portuguesa de Fertilidade
“Através deste mesmo fundou, ou outro, fosse
criada uma estratégia concertada entre os vários países, onde fosse possível
investir na área da infertilidade e concretamente em criar as estruturas
necessárias para contrariar esta tendência crescente de infertilidade no mundo
de hoje”, diz Cláudia Vieira.
Também para o médico Daniel Serrão esta deveria
ser uma questão prioritária na agenda governamental, até porque, lembra, sem
renovação o país tende a desaparecer.
“A situação em Portugal é tão grave que a
projecção para 2070 é para a absoluta inviabilidade de Portugal. Ou seja, se
mantivermos estes níveis de natalidade baixa o país desaparece. Estamos
ameaçados de desaparecer”.
Em Portugal, segundo os últimos dados, há 300
mil casais que não podem ter filhos.
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