sábado, 10 de novembro de 2012

GELO OU DEGELO


Parece que ao contrário do que sucede no Árctico – o que temos tido o cuidado de noticiar neste espaço e nos vai deixando muito apreensivos -  o gelo no Antárctico tem vindo a aumentar. Independentemente de a temperatura média da Terra estar a aumentar, o que é certo que o seu comportamento climático não é uniforme, como fica evidenciado pela notícia que seguidamente se reproduz. 


Entre 1978 e 2010, a extensão da Antárctida cresceu 17 mil quilómetros quadrados por ano, de acordo com os satélites da agência norte-americana NASA. Por outro lado, o Árctico diminuiu a um ritmo ainda maior, explicou ontem a agência espacial.
“Houve um aumento geral na camada de gelo marinho na Antárctida, que é o contrário do que acontece no Ártico”, explicou Claire Parkinson, cientista do Centro Goddard da NASA e autora principal do estudo.
Segundo o estudo, a extensão da camada de gelo do Oceano Árctico, em Setembro de 2012, era de 3,40 milhões de quilómetros quadrados abaixo da média calculada entre Setembro de 1979 e 2000, ou seja, área de gelo perdida equivale a aproximadamente duas vezes o Alasca.
O Oceano Árctico está rodeado pela América do Norte, Gronelândia e Eurásia, grandes massas de terra, e que apanha a maioria do gelo que se concentra e se retira ciclicamente de acordo com a época do ano. No entanto, grande parte do gelo mais antigo desapareceu nas últimas três décadas, como tem sido amplamente noticiado, sendo que a sua cobertura, no Verão, fica exposta à água escura do Oceano, que absorve a luz solar e se aquece, levando à perda de mais gelo.
A Antárctida, por outro lado, é um continente rodeado de águas abertas que permitem ao gelo marinho expandir-se durante o Inverno, oferecendo menos protecção durante a temporada do degelo.
Como conta a Exame brasileira, a maior parte da coberta gelada do Oceano Austral cresce e retira-se a cada ano, dando lugar a pouco gelo marinho perene na Antárctida.
Os autores do estudo acreditam que o padrão misto de crescimento do gelo e a perda de gelo ao redor do Oceano Antárctico poderiam ocorrer devido a mudanças na circulação atmosférica.
“O clima não muda de maneira uniforme. A Terra é muito grande e a expectativa, sem dúvida, seria que houvesse mudanças diferentes nas distintas regiões do mundo”, comentou Claire, ressaltando que a descoberta não desaprova a teoria da mudança climática.

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