A minha geração é aquela que viu o
homem ir à Lua (1969), e esse foi com efeito, como disse Neil Armstrong quando
pisou o solo lunar, um gigantesco salto
para a Humanidade.
De lá para cá, a velocidade com que
tudo se desenvolve é extraordinária. Já existem estações espaciais, veículos
que levam e trazem homens, cargas e equipamentos, robots que prescrutam Marte,
telescópios com capacidades inimagináveis. A notícia que se reproduz é “apenas”
a descrição de mais um passo!...
É a imagem mais detalhada de sempre do
Universo tal como era apenas com 380 mil anos de idade e foi divulgada hoje
pela Agência Espacial Europeia (ESA), organização a que Portugal pertence.
Este retrato foi construído a partir das
últimas observações do telescópio espacial Planck da ESA e é um mapa da
radiação cósmica de fundo, isto é, da radiação que ficou depois do Big Bang, o
evento que deu origem ao Universo.
Mas este Universo primordial quase
perfeito, uma espécie de sopa cósmica de protões, electrões e fotões a 2700
graus centígrados, faz algumas revelações que surpreenderam os cientistas,
porque mudam as bases do conhecimento que até agora tínhamos dele.
A primeira é que as flutuações nas
temperaturas da radiação cósmica de fundo a grande escala não coincidem com as
previstas pelo chamado modelo standard de explicação do Universo, ou seja, os
seus sinais não são tão fortes como os cientistas esperavam.
Estas flutuações levaram a que nas regiões
mais quentes do Universo nascessem dezenas de milhões de anos depois as
galáxias e as estrelas.
Afinal temperaturas não eram
homogéneas
A segunda é que havia uma assimetria entre
as temperaturas médias dos dois hemisférios do "ovo cósmico" que é o
Universo. Esta conclusão contraria as previsões feitas pelo modelo standard de
que o Universo seria basicamente semelhante e homogéneo em qualquer direção em
que o observemos.
A terceira é que existia uma mancha fria
numa parte do Universo que era muito maior do que se pensava.
Em todo o caso, para além destas anomalias
os investigadores da ESA admitem que os dados do Planck estão basicamente de
acordo com as suas espectativas de encontrarem um modelo mais simples do
Universo.
Por fim, o Planck revela que o Universo
tem 13,82 mil milhões de anos de idade e não os 13,7 mil milhões que a ciência
estimava até agora. Tudo porque foi encontrado um novo valor para a constante
de Hubble, que representa a taxa de expansão do Universo desde o Big Bang.
Como explica o diretor-geral da ESA,
Jean-Jacques Dordain, as novas observações do telescópio espacial Planck
"permitem uma compreensão da formação do Universo que é 20 vezes mais
precisa do que antes".
Entretanto, há dois cientistas portugueses
envolvidos no estudo das observações do telescópio espacial Planck que levaram
a todas estas conclusões: Graça Rocha, do Jet Propulsion Laboratory (Instituto
de Tecnologia da Califórnia), e Luís Mendes, da Agência Espacial Europeia.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/um-universo-quase-perfeito=f795362#ixzz2ODgUtKk1
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