Uma
investigação clínica que estudou quase 5.000 pessoas concluiu pela bondade da
dieta mediterrânea em relação àqueles que possam ser mais susceptíveis de vir a
ser vítimas de doenças cardiovasculares.
Ainda
que possamos ler com alguma incredulidade a notícia que seguidamente se
reproduz, é certo que se adoptarmos alguns daqueles cuidados nas nossas refeições, mal não fará!...
Já se sabia que a dieta mediterrânea era
importante no combate à obesidade, mas este regime alimentar rico em azeite,
frutas secas, peixe, fruta, vegetais e vinho também reduz em 30% o risco de
doenças cardiovasculares, revela o maior estudo sobre o tema realizado em
Espanha.
A investigação clínica, que corrobora
observações anteriores, foi realizada pela Universidade de Barcelona com 4.479
pessoas, entre homens e mulheres de 55 a 80 anos, durante cinco anos.
"Comprovámos que uma dieta alimentar
mediterrânica sem restrições quantitativas, complementada com azeite ou frutas
secas, reduz substancialmente o risco de crises cardíacas e acidentes
vasculares cerebrais em pessoas que têm mais risco de desenvolver doenças
cardiovasculares", escreveram os autores do estudo, dirigido por Ramón
Estruch, professor de Medicina da Universidade de Barcelona.
Os resultados foram publicados na
segunda-feira na edição online da revista científica New England Journal of
Medicine.
Os participantes foram divididos em três
grupos. O primeiro foi submetido a dieta mediterrânica tradicional, com o
consumo de, pelo menos, quatro colheres de sopa de azeite nas suas refeições
diárias.
O segundo grupo, também sujeito a uma
dieta mediterrânica, consumiu cerca de 30 gramas de uma variedade de nozes,
amêndoas e avelãs todos os dias. Os participantes destes dois grupos comeram
diariamente pelo menos três porções de fruta e duas de legumes.
O terceiro grupo foi regido por uma
dieta à base de produtos com baixo teor de gordura, grãos, frutas e legumes.
Durante os cinco anos de estudo, 288
participantes tiveram ataque cardíaco ou morreram devido a doença coronária. De
acordo com os dados do estudo, as pessoas das duas primeiras dietas tiveram
menos 28 e 30% de propensão a desenvolver uma doença cardíaca, comparativamente
com os do terceiro grupo, escreve a Reuters.
Os autores estimam que "os
suplementos de azeite e de frutas secas explicam provavelmente a maior parte
dos benefícios observados na dieta mediterrânea nos dois grupos”, adianta o
estudo.
É a mistura dos vários ingredientes da
dieta mediterrânica – e não um ingrediente em particular – que promove a saúde
do coração, diz Angel Martinez-Gonzalez, co-autor, da Universidade de
Navarra.
O estudo conclui que este tipo de
alimentação contribui para baixar a pressão sanguínea e o colesterol, fatores
de risco no que toca a doença cardiovascular.
“Esta boa fonte de calorias substitui a
outra má fonte de calorias”, comenta o investigador, citado pela Reuters.
SAPO Saúde
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