sábado, 27 de julho de 2013

TURISTAS QUEREM VER RAIAS GIGANTES


É o que nos distingue e nos diferencia de outros que tem de ser valorizado, pois é essa riqueza endógena que atrai outros a visitarem o nosso património. Isto é válido para o nosso País mas também para o nosso concelho. Temos de definir, se possível o mais consensualmente posssível, o caminho que temos de trilhar. Há concelhos perto de nós que apostaram na fileira da cortiça, outros preferiram o cavalo, nós vamos ter de tirar partido da proximidade ao Rio, de estarmos no Ribatejo, mas também na Lezíria e na charneca, da tauromaquia, da gastronomia, da etnografia, dos usos e costumes.


Há cada vez mais turistas do norte da Europa a querer passar férias em Santa Maria, nos Açores. A principal atração daquela ilha são as jamantas que se concentram em quantidades invulgares na região. 
Para aqueles com maior poder de compra, esta ilha açoriana é um destino cada vez mais procurado. "Santa Maria é, provavelmente, o melhor sítio da Europa para fazer mergulho e a concentração de jamantas é única no mundo", diz Artur Silva, fotógrafo do mundo subaquático e empresário madeirense ligado à atividade naútica. 
Em declarações à agência Lusa, Artur conta que as jamantas (espécie de raias de grande dimensão) "andam em cardumes" pela ilha, devido às correntes quentes e migrações. O português vai mesmo abrir uma unidade hoteleira de quatro estrelas naquela região, com o objetivo de apoiar o mergulho em Santa Maria.
"Há que preservar a passagem das jamantas nos Açores. É uma forma de promoção e oferece uma experiência de mergulho bastante diferente."
O empresário, que pretende cativar clientes do mercado dos EUA e do Canadá, aponta os alemães, holandeses e ingleses como potenciais consumidores do mergulho enquanto produto turístico. Quanto ao mercado nacional, Artur diz ser igualmente "importante" mas que, devido à crise, se retraiu significativamente.
Paulo Reis, do Centro de Mergulho Paralelo 37, considerado um dos pioneiros do mergulho com jamantas em Santa Maria, explica que este tipo de atividade começou a ter lugar com maior regularidade há cerca de 10 anos.
"Inicialmente houve um operador que colocou uma boia que começou a servir de referência às jamantas. Elas começaram a procurar os montes submarinos devido à afluência de nutrientes e, por isso, o número destes peixes na ilha tem vindo a aumentar de ano para ano", explica o empresário.
Paulo Reis destaca que há "cada vez mais gente" para mergulhar com estes "animais fantásticos" e que, em 2013, pela primeira vez, o número de estrangeiros "vai ultrapassar" o número de portugueses, com destaque para os espanhóis, alemães e austríacos.
Em média, as jamantas têm cerca de três metros de envergadura e chegam a estar, por vezes, a menos de 10 centímetros dos mergulhadores. 
"São extremamente fotogénicas. Se se vai a África para ver os elefantes, vem-se aos Açores para ver as jamantas e os tubarões azuis", diz o mergulhador.
Segundo as estimativas, com viagem de avião, estadia na ilha, mergulho, alimentação e algum consumo no comércio local, cada adepto que vai aos Açores, pelo período de oito a 10 dias, tem um impacto entre 1.500 e 2.000 euros na economia local.
Atualmente existem já seis empresas vocacionadas para o mergulho com 10 barcos a operar na ilha de Santa Maria.

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