sábado, 20 de julho de 2013

CADA VEZ SÃO MAIS AS ESPÉCIES EM RISCO


O Homem continua a causar o desaparecimento de inúmeras plantas e animais que connosco partilham a superfície terrestre. Por acção directa ou em resultado das mudanças climáticas estão já listados mais de 20.000 seres vivos em risco.

É provável, embora não tenha dados para o afirmar, que o desaparecimento de umas espécies é acompanhado pelo surgimento de outras, a dúvida é saber se a nossa espécie tem condições para sobreviver no Mundo “novo” que estamos a gerar, onde o enfoque está no económico em vez de se fixar no sustentável.


O número de espécies extintas e ameaçadas de extinção no planeta Terra continua a crescer por causa das actividades humanas, de acordo com a nova versão da Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN). Mais de 700 espécies de plantas e animais foram adicionadas à lista nas três categorias de ameaça, elevando o total para 20.934.
Entre elas, estão várias espécies de coníferas (árvores com flores em forma de cones ou pinhas, como os pinheiros), que são os maiores e mais antigos seres vivos do planeta. A situação de todo o grupo foi reavaliada, e concluiu-se que 34% das espécies de coníferas estão ameaçadas de extinção.
Uma das que correm mais risco é a araucária, ou pinheiro-do-paraná, classificada desde 2006 como criticamente ameaçada. Espécie típica das regiões mais frias e de maior altitude da Mata Atlântica brasileira, teve a área de ocorrência reduzida drasticamente nas últimas décadas por causa da conversão de matas nativas em áreas de agricultura e silvicultura.
Agora, com o aquecimento global, pode ser que a coisa piore mais ainda para essa árvore, que prefere temperaturas mais amenas. «A modelagem do impacto das mudanças climáticas indica que até o final deste século a espécie poderá estar extinta na natureza», disse o botânico Carlos Joly, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo.
Joly ressalta que as listas de espécies ameaçadas (dentre as quais as da IUCN são referência mundial) são uma ferramenta científica indispensável para a conservação da biodiversidade. «A recém-criada Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), cuja proposta preliminar do plano de acção 2014-2018, foi colocada em consulta pública na semana passada, utilizará revisões como esta da IUCN, no primeiro diagnóstico global previsto para o final de 2018», afirma. A IPBES foi criada em 2010 pela Organização das Nações Unidas (ONU) para fazer pela biodiversidade o que o famoso IPCC faz pelas mudanças climáticas. Joly é um dos directores do Painel Multidisciplinar de Especialistas do órgão.
Dentre as 20.934 espécies consideradas ameaçadas de extinção na nova lista, 4.090 estão na categoria «criticamente em perigo» (137 a mais do que na anterior). Algumas recebem até mesmo uma anotação como «possivelmente extintas», quando já não são vistas na natureza há algum tempo. Como, por exemplo, um camarão de cavernas da Flórida que passou para essa categoria. O grupo dos camarões de água-doce foi avaliado por completo pela primeira vez nesta revisão: 28% estão ameaçados.

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