A
notícia que de seguida se publica transmite-nos alguma esperança de que
continua a ser feito algo, em Portugal, para diminuir a quantidade de emissões
de gases com efeito de estufa.
É
urgente, do ponto de vista ambiental, mas também económico, conseguir baixar a
nossa dependência energética dos combustíveis fósseis que compramos no
estrangeiro aproveitando a nossa “matéria-prima” - sol, vento e água.
Este
aumento deveu-se, por um lado, à significativa potência instalada de
renováveis, mas principalmente às condições climáticas verificadas, num ano que
até agora tem sido mais húmido do que o normal, permitindo um maior recurso à
utilização de energia hídrica, e também mais ventoso, resultando numa maior
produção eólica. A produção da eletricidade de origem renovável em regime
especial (a PRE-FER, que representa toda a produção renovável exceto a grande
hídrica) aumentou, tendo sido responsável por 49% de toda a eletricidade
produzida em Portugal Continental entre janeiro e junho de 2013.
Menor
uso do carvão e mais renováveis levam a redução de emissões
Na
eletricidade de origem fóssil, houve um recuo no uso de carvão da ordem dos
22%, o que, aliado ao muito maior peso da produção renovável, conduziu a uma
redução de emissões entre os dois primeiros semestres de 2012 e 2013 de cerca
de 1,9 milhões de toneladas de dióxido de carbono (25% inferior em 2013
comparando com os primeiros seis meses de 2012). Apesar das centrais a carvão
apresentarem baixos níveis de eficiência energética e elevadas emissões de
dióxido de carbono (CO2) por kWh produzido, o elevado excedente de licenças de
emissão de CO2 à escala europeia, resultante em parte da crise económica,
traduz-se num preço do carbono muito mais baixo do que seria expectável. Tal
diminui os custos de utilização destas centrais, infelizmente favorecendo-as em
relação às centrais de ciclo combinado a gás natural, muito mais eficientes,
com menores impactes ambientais e quase paradas nos últimos meses.
De destacar ainda que Portugal exportou mais 50% de eletricidade do que
importou, o que é uma situação completamente contrária à verificada em 2012.
Consumo
de eletricidade diminui mas não tanto como PIB
Enquanto
ao longo de 2012 houve uma redução do consumo de eletricidade da ordem de 2,8%
em relação ao ano anterior, no primeiro semestre de 2013 a redução foi menos
acentuada (-1,7%, por comparação com igual período de 2012), estando o produto
interno bruto (PIB) a recuar 2,7% de acordo com as estimativas mais recentes
para o ano de 2013. Tal é um sinal preocupante, pois um dos objetivos em termos
de eficiência energética é assegurar que a intensidade energética na
eletricidade diminui, isto é, a energia elétrica necessária para gerar uma
unidade de riqueza é cada vez menor, estando Portugal atualmente com a
tendência inversa.
Aposta
nas renováveis e na eficiência energética é caminho a seguir
A Quercus considera que
Portugal tem um enorme potencial para o aproveitamento das energias renováveis,
em particular aquelas com menor impacte ambiental como é o caso da energia
solar, um recurso abundante no nosso país, e cujos custos de investimento e
exploração têm vindo a descer de forma lenta. Tal facto, aliado a uma
eficiência e poupança energéticas significativas que devem ser incentivadas em
setores como o dos transportes, serviços e residencial, podem assegurar uma
menor dependência do exterior e uma maior sustentabilidade. A Quercus quer
Portugal com 100% de eletricidade de fontes renováveis até ao ano de 2050.
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