A
reabilitação urbana mais do que uma opção urbanística é uma emergência ou, se
preferir, uma exigência económica, social e histórica.
A
expansão urbana em alguns dos centros urbanos mais antigos do País, como
aconteceu em Salvaterra de Magos, em Muge e, em parte, na Glória do Ribatejo,
afastou as pessoas para a periferia, para novos Bairros, desertificando os
centros urbanos onde, em regra, ficam os serviços e muitos dos comércios.
Por
razões urbanísticas e de promoção da economia local, há que inverter esta
tendência, o que exige a recuperação do edificado, a reorganização e
requalificação dos espaços públicos, tentando assim “ganhar” as pessoas.
Perante
o gradual desinteresse em viver e em fazer investimentos nos centros urbanos
mais antigos teria sido importante que a nossa Câmara Municipal tivesse
integrado, como fizeram os municípios que nos rodeiam, a LT - Sociedade
Reabilitação Urbana, EM (LTSRU), empresa de capitais públicos municipais que quer
garantir o acesso a todas as oportunidades que surjam de canalizar fundos
comunitários para a reabilitação.
Infelizmente
a maioria que governa a nossa Câmara Municipal preferiu ficar de fora
desta empresa cujo objectivo é criar
economias de escala, atrair investidores privados e optimizar processos com
vista à reabilitação urbana dos concelhos que integram a Comunidade
Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT).
É
expectável que os Municípios envolvidos nesta dinâmica consigam, entre outros:
- Reabitar e regenerar os centros urbanos,
ajudando a economia local e preservando a sua identidade cultural;
- Valorizar o património histórico (edificado)
e paisagístico, testemunhos de uma vivência colectiva, como factor de
promoção turística;
- Canalizar o investimento municipal para
a qualificação de edifícios propriedade do Município e para o espaço
público confinante e dessa forma, pelo exemplo, incentivar as acções de
reabilitação urbana;
- Estabelecer estratégias que possam
ajudar a reabilitar imóveis degradados e devolutos;
- Oferecer incentivos aos privados –
benefícios fiscais (IMT e IMI), por exemplo, por um período de 5 anos,
celeridade nos procedimentos administrativos, redução das taxas municipais
e outros programas de apoio – que os levem a reabilitar o seu património;
- Promover a recuperação dos edifícios ou
das fracções desocupadas através da sua adaptação a novas funções,
dinamizando este “novo” mercado com programas de incentivo ao
arrendamento.
Algumas das medidas escolhidas para agir passariam por:
- Mobilizar os meios financeiros para incentivar o
investimento privado e público, nomeadamente pelo recurso a Fundos
Europeus e empréstimos;
- Criar programa
de apoio à reabilitação e arrendamento urbano;
- Apoiar a
reabilitação através de benefícios fiscais, nomeadamente isenção de IMI e IMT,
aquando de uma ‘acção de reabilitação urbana’;
- Assegurar que a
autarquia é um parceiro activo e dinamizador dos processos de obras de
urbanização com redução dos custos e simplificação dos procedimentos de
licenciamento, comunicação prévia e autorizações de utilização.
Com maior (ou menor) rapidez, função dos
meios financeiros que possam ser captados para a reabilitação urbana, o que nos
parece evidente é que não nos devíamos ter auto-excluído deste caminho.
Devíamos pelo menos tentar!... É o que faremos se viermos a merecer a confiança
maioritária dos eleitores.
Muito pertinente o tema aqui abordado, que adiciona ás vantagens já enunciadas no post, o facto de se puder constituir como o mais importante vector para a revitalização do sector da construção civil.
ResponderEliminar