terça-feira, 30 de julho de 2013

A ESCOLHA DE UM AUTARCA


A participação numa candidatura autárquica, nomeadamente nos lugares que podem conduzir à governação de uma Câmara Municipal, não deve ser assumida de ânimo leve, tanto mais que um autarca é um representante dos demais cidadãos que esperam que ele se dedique na plenitude à causa pública e que periodicamente lhes dê relato das iniciativas e posições que toma.
Isto é, na minha opinião, o que cada um de nós, enquanto autarca, deve fazer no mínimo para não defraudar os que elegem. Contudo, tal como na vida profissional e até pessoal, o maior ou menor êxito com que se vencem as dificuldades e se atingem novos patamares de qualidade, depende em grande medida do querer, do saber e das capacidades que cada um vai adquirindo, pois gerir uma Câmara Municipal é, em muitos casos, mais complexo que gerir uma empresa. Poucas são as que têm o mesmo número de colaboradores que uma autarquia, nenhuma terá seguramente a diversidade de valências (actividades) que se espera uma Câmara Municipal desenvolva.


Uma liderança autárquica percorre áreas como a conservação e a construção de infraestruturas e de equipamentos públicos, define os apoios sociais, concebe projectos e programas de desenvolvimento local, assume a condução de políticas culturais e influencia as actividades desportivas, condiciona/regulariza o ordenamento do território e as dinâmicas que a ele estão associadas, luta pelos interesses e direitos das pessoas em áreas que escapam às competências municipais, como a saúde e a segurança de pessoas e bens.
Um autarca tem também de ser um zelador, alguém que cuida do dia-a-dia das pessoas, seja nos jardins, na limpeza urbana e na recolha dos lixos.
Um autarca não é um incendiário, é antes um bombeiro, alguém que pela sua acção deve ajudar “a apagar fogos”, a estabelecer bases de diálogo e de entendimento.
Um autarca é um gestor de recursos humanos e de expectativas, tem de saber motivar e mobilizar os colaboradores, mas também os outros agentes de desenvolvimento – dirigentes associativos, artesãos, empresários e todos os que se interessam pelo bem geral.
Um autarca tem de ter bom senso e não apenas senso comum, tem de gostar do que faz. Um autarca tem ainda de ser um dinamizador de vontades, um embaixador do concelho e um negociador exigente junto dos outros níveis de Poder. O seu emblema tem de ser o Município.
O grau de exigência é, como se viu, enorme. Acreditamos que estamos razoavelmente preparados, doutro modo não teríamos integrado a candidatura autárquica socialista.

3 comentários:

  1. "...pois gerir uma Câmara Municipal é, em muitos casos, mais complexo que gerir uma empresa" Esta afirmação pode ser verdadeira excepto no facto de que na empresa é a gestão e o trabalho duma equipa que gera valor para pagar todos os seus compromissos e numa Câmara Municipal esse valor é pago pelos contribuintes. Numa Câmara a responsabilização pelos maus actos de gestão não existe. Recordar o terreno comprado em Muge para Z.Industrial e mais recentemente o asfaltamento da estrada do convento sem antes dotar esta via de saneamento básico. Numa empresa estas situações seriam improváveis e caso ocorressem teriam como epilogo a demissão dos gestores. Um gestor trabalha diáriamente e a actual Presidente de Camara de Salvaterra de Magos não trabalha, não cumpre com as suas obrigações e compromissos mas recebe mensalmente o salário inteiro. Numa empresa isto seria muito pouco provável.

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  2. sim senhor, mas concorde mais com o senhor antonio barreto , ao dizer quando um cidadão que faz uma gestão danoso, em cargos publicos devia ser proibido de se candidatar a qualquer lugar do estado ( camaras , governo e empresas publicas).

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  3. O exercicio da função de presidente de câmara na atualidade, não se coaduna com amadorismos, nem com ausencias.
    A alteração do quadro legislativo, acompanhado da complexidade das diferentes áreas de intervenção, obriga a uma preparação multidisciplinar bastante abrangente, para o desempenho das funções, assim como de uma presença, participação e disponibilidade totais.
    Uma equipa executiva coesa e que se complemente é fundamental, mas o processo tem que ser liderado por alguem preparado para o cargo.
    Não só, os candidatos deveríam ter consciencia das funções a que se candidatam e fazerem a auto-avaliação das suas capacidades, sem enveredarem em vaidades pessoais, mas tambem os eleitores, devem cada vez mais ponderar o potencial dos seus candidatos para o desempenho das funções.

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