A
participação numa candidatura autárquica, nomeadamente nos lugares que podem
conduzir à governação de uma Câmara Municipal, não deve ser assumida de ânimo
leve, tanto mais que um autarca é um representante dos demais cidadãos que
esperam que ele se dedique na plenitude à causa pública e que periodicamente
lhes dê relato das iniciativas e posições que toma.
Isto
é, na minha opinião, o que cada um de nós, enquanto autarca, deve fazer no
mínimo para não defraudar os que elegem. Contudo, tal como na vida
profissional e até pessoal, o maior ou menor êxito com que se vencem as
dificuldades e se atingem novos patamares de qualidade, depende em grande
medida do querer, do saber e das capacidades que cada um vai adquirindo, pois
gerir uma Câmara Municipal é, em muitos casos, mais complexo que gerir uma
empresa. Poucas são as que têm o mesmo número de colaboradores que uma
autarquia, nenhuma terá seguramente a diversidade de valências (actividades)
que se espera uma Câmara Municipal desenvolva.
Uma
liderança autárquica percorre áreas como a conservação e a construção de
infraestruturas e de equipamentos públicos, define os apoios sociais, concebe
projectos e programas de desenvolvimento local, assume a condução de políticas
culturais e influencia as actividades desportivas, condiciona/regulariza o
ordenamento do território e as dinâmicas que a ele estão associadas, luta pelos
interesses e direitos das pessoas em áreas que escapam às competências
municipais, como a saúde e a segurança de pessoas e bens.
Um
autarca tem também de ser um zelador, alguém que cuida do dia-a-dia das
pessoas, seja nos jardins, na limpeza urbana e na recolha dos lixos.
Um
autarca não é um incendiário, é antes um bombeiro,
alguém que pela sua acção deve ajudar “a apagar fogos”, a estabelecer bases de
diálogo e de entendimento.
Um
autarca é um gestor de recursos humanos e de expectativas, tem de saber motivar
e mobilizar os colaboradores, mas também os outros agentes de desenvolvimento –
dirigentes associativos, artesãos, empresários e todos os que se interessam
pelo bem geral.
Um
autarca tem de ter bom senso e não apenas senso comum, tem de gostar do que
faz. Um
autarca tem ainda de ser um dinamizador de vontades, um embaixador do concelho
e um negociador exigente junto dos outros níveis de Poder. O seu emblema tem de
ser o Município.
O
grau de exigência é, como se viu, enorme. Acreditamos que estamos razoavelmente
preparados, doutro modo não teríamos integrado a candidatura autárquica socialista.
"...pois gerir uma Câmara Municipal é, em muitos casos, mais complexo que gerir uma empresa" Esta afirmação pode ser verdadeira excepto no facto de que na empresa é a gestão e o trabalho duma equipa que gera valor para pagar todos os seus compromissos e numa Câmara Municipal esse valor é pago pelos contribuintes. Numa Câmara a responsabilização pelos maus actos de gestão não existe. Recordar o terreno comprado em Muge para Z.Industrial e mais recentemente o asfaltamento da estrada do convento sem antes dotar esta via de saneamento básico. Numa empresa estas situações seriam improváveis e caso ocorressem teriam como epilogo a demissão dos gestores. Um gestor trabalha diáriamente e a actual Presidente de Camara de Salvaterra de Magos não trabalha, não cumpre com as suas obrigações e compromissos mas recebe mensalmente o salário inteiro. Numa empresa isto seria muito pouco provável.
ResponderEliminarsim senhor, mas concorde mais com o senhor antonio barreto , ao dizer quando um cidadão que faz uma gestão danoso, em cargos publicos devia ser proibido de se candidatar a qualquer lugar do estado ( camaras , governo e empresas publicas).
ResponderEliminarO exercicio da função de presidente de câmara na atualidade, não se coaduna com amadorismos, nem com ausencias.
ResponderEliminarA alteração do quadro legislativo, acompanhado da complexidade das diferentes áreas de intervenção, obriga a uma preparação multidisciplinar bastante abrangente, para o desempenho das funções, assim como de uma presença, participação e disponibilidade totais.
Uma equipa executiva coesa e que se complemente é fundamental, mas o processo tem que ser liderado por alguem preparado para o cargo.
Não só, os candidatos deveríam ter consciencia das funções a que se candidatam e fazerem a auto-avaliação das suas capacidades, sem enveredarem em vaidades pessoais, mas tambem os eleitores, devem cada vez mais ponderar o potencial dos seus candidatos para o desempenho das funções.