Se
nada se fizer, nada acontece! É por isso que saúdo esta iniciativa da União
Europeia que, até agora, parecia preferir enfiar a cabeça na areia do que
encarar de frente o problema da falta de emprego que atinge de modo dramático
quase metade dos jovens europeus.
É um
primeiro passo mas, como em quase tudo na vida, o caminho faz-se passo a
passo!...
O presidente da Comissão
Europeia adiantou, em Bruxelas, que a verba comunitária destinada à criação de
emprego para os jovens vai ascender a, pelo menos, oito mil milhões de euros.
Em declarações aos
jornalistas ontem à noite [na passada 5ª feira], no final do primeiro dia do Conselho Europeu, José Manuel
Durão Barroso disse ter ficado "bastante satisfeito" com os
resultados da cimeira que, na sua opinião, "reforçam muito
consideravelmente o investimento europeu".
Os chefes de Estado e do
Governo da União Europeia (UE) iniciaram na quinta-feira uma cimeira de dois
dias, focada na definição de medidas para combater o desemprego jovem e
melhorar o acesso ao crédito por parte das pequenas e médias empresas (PME).
No que respeita ao combate
ao desemprego jovem, Durão Barroso disse que os líderes europeus acordaram em
antecipar para 2014 e 2015 os seis mil milhões de euros da iniciativa garantia
jovem, que pretende assegurar que os jovens até aos 25 anos que estão
desempregados há quatro meses tenham acesso a um trabalho, a um estágio ou a um
programa de formação.
"Os seis mil milhões
de euros, em vez de serem para os sete anos [2014-2020], vão ser concentrados
nos dois primeiros anos, 2014 e 2015, começando em Janeiro de 2014",
disse.
O presidente do executivo
comunitário adiantou ainda que a verba a disponibilizar deverá ultrapassar os
seis mil milhões de euros, em resultado da "flexibilidade" acordada
na quinta-feira entre a Comissão Europeia, o Parlamento Europeu e o Conselho
Europeu, no âmbito do acordo sobre o orçamento comunitário para o período
2014-2020.
"Com a flexibilidade
que foi acordada hoje [na passada 5ª feira] também com o Parlamento e
o Conselho, [a verba] vai ser mais de seis mil milhões. Vai ser, pelo menos,
oito mil milhões de euros", adiantou.
Questionado sobre o valor
que será atribuído a Portugal, Durão Barroso escusou-se a avançar um número,
mas afirmou esperar que haja no país "capacidade administrativa de pôr em
prática este programa e empresas que estejam disponíveis para contratar jovens,
mesmo que seja em regime de estágios e formação complementar".
Em Portugal, a taxa de
desemprego jovem situou-se nos 42,5% em Abril, um nível recorde, segundo os
últimos dados do Eurostat.
O presidente do executivo
comunitário congratulou-se ainda com o "acordo político final" sobre
o orçamento comunitário para 2014-2010, alcançado na quinta-feira de manhã entre
as três instituições europeias (Parlamento Europeu, Conselho Europeu e Comissão
Europeia).
"Vai haver mesmo
orçamento para os próximos sete anos na União Europeia, o que é muito
importante", salientou.
A chanceler alemã, Angela
Merkel, advertiu que a iniciativa garantia jovem, que contará com 6 mil
milhões de euros do orçamento comunitário para 2014-2015, não vai produzir
resultados imediatos.
Neste sentido, recomendou
que não se façam "falsas promessas" porque criar postos de trabalho
para combater a elevada taxa de desemprego jovem na Europa "levará o seu
tempo".
Segundo a chanceler alemã,
que falava ontem, na conferência de imprensa no final do primeiro dia da
cimeira da União Europeia (UE), num prazo de meio ano os jovens desempregados
não estarão a beneficiar ainda da iniciativa, que pretende assegurar que os
europeus até aos 25 anos que se encontram desempregados há quatro meses tenham
acesso a um trabalho, a um estágio ou a um programa de formação.
"É um caminho
difícil. Há que ser realista com a garantia jovem. Não podemos dizer que dentro
de meio ano todos os seis milhões de jovens têm uma garantia; isso não
funcionará. Mas temos que mostrar, ano após ano, resultados", apontou, ao
defender que para ajudar os jovens desempregados existem opções de criar postos
de trabalho no sector privado com incentivos e de estabelecer soluções
"ponte" por parte do Estado.
Neste sentido, a chanceler
alemã explicou que vai organizar, na próxima quarta-feira, dia 3, em Berlim,
uma reunião com os ministros do Trabalho e os responsáveis pelos serviços de
emprego para analisar como proceder para que os países recebam, o quanto antes,
os fundos da garantia jovem.
O encontro servirá ainda
para a troca de opiniões sobre as "melhores práticas" e para estudar
como intensificar a colaboração entre as diferentes agências de emprego, disse.
Merkel refutou, por outro
lado, que a verba a alocar seja insuficiente para o fim a que se propõe, apesar
de não descartar a possibilidade da UE rever o montante uma vez esgotado.
"É uma questão de
combinar estes fundos com os sociais, os estruturais e os recursos
nacionais", realçou. "No caso de se esgotarem os 6 mil milhões depois
de ano e meio veremos. No entanto, seria bom que os jovens vissem que estamos a
fazer algo por eles", concluiu.
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