terça-feira, 2 de julho de 2013

FAZER ALGUMA COISA PELO EMPREGO JOVEM


Se nada se fizer, nada acontece! É por isso que saúdo esta iniciativa da União Europeia que, até agora, parecia preferir enfiar a cabeça na areia do que encarar de frente o problema da falta de emprego que atinge de modo dramático quase metade dos jovens europeus.

É um primeiro passo mas, como em quase tudo na vida, o caminho faz-se passo a passo!...


O presidente da Comissão Europeia adiantou, em Bruxelas, que a verba comunitária destinada à criação de emprego para os jovens vai ascender a, pelo menos, oito mil milhões de euros.
Em declarações aos jornalistas ontem à noite [na passada 5ª feira], no final do primeiro dia do Conselho Europeu, José Manuel Durão Barroso disse ter ficado "bastante satisfeito" com os resultados da cimeira que, na sua opinião, "reforçam muito consideravelmente o investimento europeu".
Os chefes de Estado e do Governo da União Europeia (UE) iniciaram na quinta-feira uma cimeira de dois dias, focada na definição de medidas para combater o desemprego jovem e melhorar o acesso ao crédito por parte das pequenas e médias empresas (PME).
No que respeita ao combate ao desemprego jovem, Durão Barroso disse que os líderes europeus acordaram em antecipar para 2014 e 2015 os seis mil milhões de euros da iniciativa garantia jovem, que pretende assegurar que os jovens até aos 25 anos que estão desempregados há quatro meses tenham acesso a um trabalho, a um estágio ou a um programa de formação.
"Os seis mil milhões de euros, em vez de serem para os sete anos [2014-2020], vão ser concentrados nos dois primeiros anos, 2014 e 2015, começando em Janeiro de 2014", disse.
O presidente do executivo comunitário adiantou ainda que a verba a disponibilizar deverá ultrapassar os seis mil milhões de euros, em resultado da "flexibilidade" acordada na quinta-feira entre a Comissão Europeia, o Parlamento Europeu e o Conselho Europeu, no âmbito do acordo sobre o orçamento comunitário para o período 2014-2020.
"Com a flexibilidade que foi acordada hoje [na passada 5ª feira] também com o Parlamento e o Conselho, [a verba] vai ser mais de seis mil milhões. Vai ser, pelo menos, oito mil milhões de euros", adiantou.
Questionado sobre o valor que será atribuído a Portugal, Durão Barroso escusou-se a avançar um número, mas afirmou esperar que haja no país "capacidade administrativa de pôr em prática este programa e empresas que estejam disponíveis para contratar jovens, mesmo que seja em regime de estágios e formação complementar".
Em Portugal, a taxa de desemprego jovem situou-se nos 42,5% em Abril, um nível recorde, segundo os últimos dados do Eurostat.
O presidente do executivo comunitário congratulou-se ainda com o "acordo político final" sobre o orçamento comunitário para 2014-2010, alcançado na quinta-feira de manhã entre as três instituições europeias (Parlamento Europeu, Conselho Europeu e Comissão Europeia).

"Vai haver mesmo orçamento para os próximos sete anos na União Europeia, o que é muito importante", salientou.


A chanceler alemã, Angela Merkel, advertiu que a iniciativa garantia jovem, que contará com 6 mil milhões de euros do orçamento comunitário para 2014-2015, não vai produzir resultados imediatos.
Neste sentido, recomendou que não se façam "falsas promessas" porque criar postos de trabalho para combater a elevada taxa de desemprego jovem na Europa "levará o seu tempo".
Segundo a chanceler alemã, que falava ontem, na conferência de imprensa no final do primeiro dia da cimeira da União Europeia (UE), num prazo de meio ano os jovens desempregados não estarão a beneficiar ainda da iniciativa, que pretende assegurar que os europeus até aos 25 anos que se encontram desempregados há quatro meses tenham acesso a um trabalho, a um estágio ou a um programa de formação.
"É um caminho difícil. Há que ser realista com a garantia jovem. Não podemos dizer que dentro de meio ano todos os seis milhões de jovens têm uma garantia; isso não funcionará. Mas temos que mostrar, ano após ano, resultados", apontou, ao defender que para ajudar os jovens desempregados existem opções de criar postos de trabalho no sector privado com incentivos e de estabelecer soluções "ponte" por parte do Estado.
Neste sentido, a chanceler alemã explicou que vai organizar, na próxima quarta-feira, dia 3, em Berlim, uma reunião com os ministros do Trabalho e os responsáveis pelos serviços de emprego para analisar como proceder para que os países recebam, o quanto antes, os fundos da garantia jovem.
O encontro servirá ainda para a troca de opiniões sobre as "melhores práticas" e para estudar como intensificar a colaboração entre as diferentes agências de emprego, disse.
Merkel refutou, por outro lado, que a verba a alocar seja insuficiente para o fim a que se propõe, apesar de não descartar a possibilidade da UE rever o montante uma vez esgotado.
"É uma questão de combinar estes fundos com os sociais, os estruturais e os recursos nacionais", realçou. "No caso de se esgotarem os 6 mil milhões depois de ano e meio veremos. No entanto, seria bom que os jovens vissem que estamos a fazer algo por eles", concluiu.

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