A notícia que
seguidamente publicamos dá-nos conta de estudos universitários em curso,
envolvendo investigadores portugueses, que de algum modo antecipam que o
continente europeu unir-se-á ao americano, desaparecendo entre eles o Oceano
Atlântico.
Resta aos mais
cépticos aguardar cerca de 200 milhões de anos e confirmarem, eu como acredito
na ciência não terei pela frente esse desafio!... J
(clicar em cima da imagem para a ver melhor)
A descoberta de uma zona de subducção nas suas
primeiríssimas fases de formação, ao largo da costa de Portugal, acaba de ser
anunciada por um grupo internacional de cientistas liderados por João Duarte,
geólogo português a trabalhar na Universidade de Monash, na Austrália.
A confirmar-se que o fenómeno, em que
uma placa tectónica da Terra mergulha debaixo de outra, está mesmo a começar a
acontecer, como concluem estes cientistas num artigo publicado
online pela
revista Geology, isso significa que, daqui a uns 200
milhões de anos, o Oceano Atlântico poderá vir a desaparecer e as massas
continentais de Europa e América a juntar-se num novo supercontinente.
João Duarte e a sua equipa de Monash, juntamente com
Filipe Rosas, Pedro Terrinha e António Ribeiro, da Universidade de Lisboa e do
Instituto Português do Mar e da Atmosfera – e ainda Marc-André Gutcher, da
Universidade de Brest (França) – detectaram os primeiros indícios de que a
margem Sudoeste Ibérica – uma margem “passiva” do Atlântico, isto é, onde
aparentemente nada acontecia –, está na realidade a tornar-se activa, explica
em comunicado aquela universidade australiana. A formação da fractura foi
detectada através do mapeamento pelos cientistas, ao longo de oito anos, do
fundo do oceano nessa zona.
“Detectámos os primórdios da formação de uma margem
activa – que é como uma zona de subducção embrionária”, diz João Duarte, citado
no mesmo comunicado.
E o investigador salienta que a actividade sísmica
significativa patente naquela zona, incluindo o terramoto de 1755 que devastou
Lisboa, já fazia pensar que estivesse a produzir-se aí uma convergência
tectónica.
A existência desta zona de subducção incipiente ao largo
de Portugal poderá indiciar que a geografia dos actuais continentes irá
evoluir, ao longo dos próximos 220 milhões de anos, com a Península Ibérica a
ser empurrada em direcção aos Estados Unidos. Este tipo de fenómeno já terá
acontecido três vezes ao longo de mais de quatro mil milhões de anos de história
do nosso planeta, com o movimento das placas tectónicas a partir antigos
supercontinentes (como o célebre Pangeia, que reunia todos os continentes
actuais) e a abrir oceanos entre as várias massas continentais resultantes.
O processo de formação da nova zona de subducção
deverá demorar cerca de 20 milhões de anos, fornecendo aos cientistas uma
“oportunidade única” de observar o fenómeno de activação tectónica.
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