domingo, 14 de abril de 2013

UM PEIXE COM MAIS DE 70 MILHÕES DE ANOS


Estudar os celacantos é, crê-se, estudar aqueles que podem ter sido peixes que estiveram na origem dos vertebrados terrestres. Esta convicção deve-se à presença de barbatanas pares (peitorais e pélvicas) cujas bases são pedúnculos que se assemelham aos membros dos vertebrados e ao facto de eles se moverem da mesma maneira.
O celacanto era considerado extinto até que o primeiro espécimen vivo foi encontrado na costa leste da África do Sul, em 25 de Dezembro de 1938.


Uma equipa de mergulhadores e cientistas franceses e sul-africanos vai lançar, nas próximas semanas, uma expedição na África do Sul em busca do mítico celacanto, peixe das grandes profundezas considerado desaparecido há muito tempo.
A expedição Gombessa, como o celacanto é chamado localmente, está prevista estender-se de 5 de Abril a 15 de Maio, informou o Museu Nacional de História Natural (MNHN, na sigla em francês) de Paris em comunicado.
Ela reunirá em torno do mergulhador e naturalista francês Laurent Ballesta uma equipa de mergulhadores especialmente treinados para alcançar grandes profundidades, cientistas do Instituto Sul-africano para a Biodiversidade Aquática (SAIAB) e seis cientistas do MNHN e do Centro Nacional de Pesquisas Científicas francês (CNRS).
«Gigante pacífico de 2 metros de comprimento», o celacanto foi reencontrado em 1938, na costa leste da África do Sul. Nós acreditamos que tivesse desaparecido há 70 milhões de anos. É considerado a grande descoberta zoológica do século XX», ressaltou o museu.
O celacanto «traz em si os traços da mudança dos peixes para os primeiros vertebrados terrestres de quatro patas»: esboços de membros em quatro das suas barbatanas e uma bolsa de ar que seria o vestígio de um pulmão primitivo. Ele é, segundo o museu, «a testemunha viva e inesperada da saída das águas há 370 milhões de anos».
Entretanto, não conhecemos quase nada do modo de vida deste animal raríssimo que vivia a mais de 100 metros de profundidade, e do qual muito poucas observações directas puderam ser feitas até hoje.
Para chegar até esta «lenda viva», Laurent Ballesta e a sua equipa de mergulhadores deverão, diariamente, regressar às grutas de Jesser Canyon, na baía de Sodwana (Oceano Índico), a 120 metros de profundidade. Assim que tiverem feito contacto com o animal, colocarão em andamento os protocolos científicos concebidos pela equipa de cientistas do MNHN e do CNRS, chefiada pelo paleontólogo Gael Clément, e os biólogos sul-africanos Kerry Sink e Angus Paterson, acrescentou o Museu.

É possível acompanhar a expedição no site do projecto em http://www.coelacanthe-projet-gombessa.com/

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