Estudar
os celacantos é, crê-se, estudar aqueles que podem ter sido peixes que
estiveram na origem dos vertebrados terrestres. Esta convicção deve-se à
presença de barbatanas pares (peitorais e pélvicas) cujas bases são pedúnculos
que se assemelham aos membros dos vertebrados e ao facto de eles se moverem da
mesma maneira.
O celacanto era considerado extinto até que o primeiro
espécimen vivo foi encontrado na costa leste da África do Sul, em 25 de Dezembro
de 1938.
Uma equipa de mergulhadores e cientistas
franceses e sul-africanos vai lançar, nas próximas semanas, uma expedição na
África do Sul em busca do mítico celacanto, peixe das grandes profundezas
considerado desaparecido há muito tempo.
A
expedição Gombessa, como o celacanto é chamado localmente, está prevista
estender-se de 5 de Abril a 15 de Maio, informou o Museu Nacional de História
Natural (MNHN, na sigla em francês) de Paris em comunicado.
Ela
reunirá em torno do mergulhador e naturalista francês Laurent Ballesta uma
equipa de mergulhadores especialmente treinados para alcançar grandes
profundidades, cientistas do Instituto Sul-africano para a Biodiversidade
Aquática (SAIAB) e seis cientistas do MNHN e do Centro Nacional de Pesquisas
Científicas francês (CNRS).
«Gigante
pacífico de 2 metros de comprimento», o celacanto foi reencontrado em 1938, na
costa leste da África do Sul. Nós acreditamos que tivesse desaparecido há 70
milhões de anos. É considerado a grande descoberta zoológica do século XX», ressaltou
o museu.
O
celacanto «traz em si os traços da mudança dos peixes para os primeiros
vertebrados terrestres de quatro patas»: esboços de membros em quatro das suas
barbatanas e uma bolsa de ar que seria o vestígio de um pulmão primitivo. Ele
é, segundo o museu, «a testemunha viva e inesperada da saída das águas há 370
milhões de anos».
Entretanto,
não conhecemos quase nada do modo de vida deste animal raríssimo que vivia a
mais de 100 metros de profundidade, e do qual muito poucas observações directas
puderam ser feitas até hoje.
Para
chegar até esta «lenda viva», Laurent Ballesta e a sua equipa de mergulhadores
deverão, diariamente, regressar às grutas de Jesser Canyon, na baía de Sodwana
(Oceano Índico), a 120 metros de profundidade. Assim que tiverem feito contacto
com o animal, colocarão em andamento os protocolos científicos concebidos pela
equipa de cientistas do MNHN e do CNRS, chefiada pelo paleontólogo Gael
Clément, e os biólogos sul-africanos Kerry Sink e Angus Paterson, acrescentou o
Museu.
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