Descoberta
há pouco mais de 30 anos a SIDA - lê-se na notícia abaixo - já
pode ter contaminado quase 1% da população mundial, ascendo o número de vítimas
mortais (do
vírus HIV) a 30 milhões de pessoas.
Estes
números dizem bem da importância que têm os trabalhos científicos que possam
conduzir à formulação de uma vacina que previna a infecção. Passo a passo
havemos de lá chegar, a tempo de salvar ainda muitas outras vidas! Enquanto
isso que ninguém corra riscos desnecessários, pois a prevenção é o “tratamento”
mais eficaz.
Ao estudar amostras de sangue recolhidas
ao longo três anos depois da contração da infeção, os cientistas deram conta de
uma batalha microscópica entre o vírus e os anticorpos no corpo do indivíduo.
Tanto o vírus como os anticorpos iam sofrendo evoluções à medida que tentavam
ganhar o controlo sobre o outro.
Pela primeira vez, os estudiosos
conseguiram acompanhar a cadeia completa de etapas do paciente na produção de
anticorpos (BnAbs), gerados pelo corpo com a responsabilidade de neutralizar as
diferentes fases do vírus da imunodeficiência humana (VIH).
"A pesquisa atual preenche lacunas
do conhecimento que têm impedido o desenvolvimento de uma vacina eficaz para um
vírus que matou mais de 30 milhões de pessoas em todo o mundo", destacou
um comunicado do centro universitário Duke Medicine, que participou no estudo
juntamente com equipas dos Estados Unidos e do Maláui.
O
estudo foi publicado na revista Nature.
"Aprendemos com este indivíduo a
forma como os anticorpos são induzidos, com a esperança de que esta informação
possa servir como diretriz para criar a indução destes anticorpos como vacina
preventiva", acrescentou Barton Haynes, diretor do Instituto de Vacina
Humana da Universidade Duke, citado pela agência France Presse.
Os anticorpos são a infantaria do
sistema imunitário, agarrando-se aos vírus e micróbios com o intuito de os
destruir a partir da geração de células "assassinas" especializadas.
A maior parte das vacinas antivirais é
feita a partir de anticorpos especializados em reconhecer germes, mas o método
ainda não conseguiu encontrar uma solução para o VIH.
Vírus mais rápido que anticorpos
Um dos maiores obstáculos dos criadores
de vacinas é o facto do vírus da SIDA evoluir rápido demais para ficar exposto
ao ataque dos anticorpos.
O indivíduo estudado pertence ao grupo
de cerca de 20% das pessoas infetadas com o VIH cujo sistema imunitário produz
naturalmente BnAbs. Porém, tal acontece apenas dois a quatro anos depois da
infeção e não desimpede o hospedeiro de continuar o tratamento com medicamentos
antirretrovirais.
"Quando os anticorpos
neutralizadores são produzidos, estes não ajudam a pessoa já infetada. A ideia,
no entanto, é estarem presentes antes da infeção, de maneira a evitar a infeção
ou a inserção do material genético do vírus no material genético do
hospedeiro", explicou Haynes.
Em macacos, a vacina de anticorpos BnAbs
demonstraram conseguir prevenir a infeção.
A sida foi descoberta em 1981 e é uma
doença que destrói o sistema imunitário. Segundo dados das Nações Unidas, quase
um por cento da população mundial está infetada com o vírus do VIH.
Nesta pesquisa, os cientistas isolaram
um anticorpo denominado CH103 e descobriram que ele foi ativado por uma
envoltório de proteína específico encontrado em uma forma remota e de baixa
mutação do vírus HIV.
SAPO Saúde com AFP
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