sábado, 6 de abril de 2013

DUNAS DE CRATERA MARCIANA MOVEM-SE


A curiosidade (curiosuty) científica não tem limites. Desta vez o estudo onde participou um investigador nacional concluiu que as dunas de uma cratera em Marte movem-se cerca de 1 mm por dia, em resultado, crê-se, da acção dos ventos. 


As dunas da cratera de Gale, "ao contrário do que se pensava, movem-se",  revela um estudo internacional no qual participa o investigador do Centro  de Geofísica da UC, David Vaz. 
Intitulado "Pervasive aeolian activity along rover Curiosity's traverse  in Gale Crater, Mars", o trabalho mostra que as dunas "estão a mover-se  a uma velocidade de 40 centímetros por ano terrestre (uma média de pouco  mais de um milímetro por dia), indicando que a ação do vento é, muito provavelmente,  o processo atual mais importante na modelação da paisagem na cratera de  Gale", salienta uma nota da UC. 
Esta descoberta "fornece pistas importantes para o 'rover Curiosity'",  que poderá "estudar in loco as condições atmosféricas e os mecanismos que  permitem o transporte de sedimentos em Marte", sublinha David Vaz, que também  é investigador no Centro de Recursos Naturais e Ambiente do Instituto Superior  Técnico (IST). 
A investigação, cujos resultados vão ser publicados na edição de abril  da "Geology" (revista científica de referência das geociências), foi iniciada  em 2010 e utilizou imagens de satélite, recolhidas entre 2006 e 2011, pela  missão "Mars Reconnaissance Orbiter". 
A equipa de oito investigadores envolvidos na pesquisa correlacionou  as estruturas sedimentares com modelos atmosféricos, demonstrando que "os  ventos serão suficientemente fortes para manter atividade eólica nas condições  atmosféricas atuais", adianta a mesma nota da UC. 
David Vaz, o primeiro português doutorado em geologia de Marte, foi  responsável pelo desenvolvimento do algoritmo (software) "capaz de fazer  a cartografia e caracterização automática das estruturas sedimentares eólicas".
Genericamente, com base na imagem, "o algoritmo identifica as estruturas  sedimentares (semelhantes a pequenas ondas, que se podem ver, por vezes,  na areia da praia) e, a partir daí, obtém-se informação sobre a direção  do vento na superfície do planeta". 
Lusa

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