quarta-feira, 3 de outubro de 2012

QUE DESTINO PARA O MERCADO DIÁRIO DE MARINHAIS?!...


A antiga praça de Marinhais, situada no Largo da República (no centro da vila), cuja actividade foi interditada há quase três anos pelos inspectores da ASAE, em face do estado de degradação em que se encontrava e da falta de condições higieno-sanitárias para o fim a que se destinava, vem aguardando a disponibilização de meios financeiros que permitam a sua reabilitação e/ou remodelação.
Chegou ao conhecimento da Junta de Freguesia local, por estes dias, a disponibilidade de pelo menos um comerciante para recuperar e utilizar aquelas instalações como superfície comercial (supermercado). Esta opção exigiria a realização de um concurso público para escolher o concorrente que melhores condições desse, tendo que, em troca da recuperação do edifício, lhe ser estabelecido um contrato de arrendamento por um período de tempo que permitisse a viabilização do investimento a efectuar pelo particular interessado e seleccionado.
Entretanto, a Srª Presidente da Junta de Freguesia de Marinhais deu conhecimento desta possibilidade na última Assembleia de Freguesia, realizada na 5ª feira passada, deixando nas mãos dos deputados de freguesia a decisão sobre o destino a dar ao antigo Mercado Diário de Marinhais.
Foi do seguinte teor a intervenção daquela autarca, depois de consultar alguma população, empresários locais e outros autarcas:


Foi decidido por consenso acolher a ideia de o edifício do Mercado Diário se manter na posse da Junta de Freguesia de Marinhais e de vir a ser recuperado, oportunamente, com a ajuda de verbas do Estado e da Câmara Municipal , entidades que no passado já se haviam envolvido na sua construção.
Foi decidido, ainda, que o destino a dar àquela edificação seria vocacioná-la para fins culturais e lúdicos. "Resta" esperar que tão breve quanto possível se encontre o instrumento financeiro que permita a concretização destes objectivos.

4 comentários:

  1. Quer dizer que até á data nada foi feito com o objectivo de recuperação e aproveitamento para fins ludicos e/ou culturais. No entanto surge alguem interessado em aproveitar o espaço para fins comerciais e logo existem alternativas, as mesmas que possivelemente ja existiam antes, para que fique tudo na mesma. Seria antes pertinente saber o que foi feito durantes estes tres anos? Camara ou Junta de Freguesia? Marinhais sempre teve mercado diário isso sim seria o mais interessante devolver esse espaço a esse fim.
    Relembro o espaço do antigo cinema de Marinhais, onde ai sim se pudesse desenvolver actividades ludicas e/ou culturais, mas que nada tem sido feito em termos culturais em Marinhais.
    É um imperativo nomeadamente da Camara criar espaços, celeiro da vala, picadeiro, complexo desportivo, etc sem ter em conta depois uma programação coerente e continua para esses espaços.
    Espero que não se iludem com o que querem fazer ao Mercado de Marinhais, mas antes lhe devolvam as condições para o fim a que foi criado há 40anos.

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  2. Fica a sua opinião que foi seguramente uma das equações que esteve em causa na decisão tomada na última Assembleia de Freguesia de Marinhais. O nada ter sido feito prende-se como será do seu conhecimento com a falta de dinheiros públicos. O não entregar um edifício público a um particular para desenvolver a actividade de supermercado é uma opção política, até porque a solução proposta pelo empresário não devolveria ao Mercado as funções que antes tinha.
    Até se conseguir um veículo financeiro que permita reabilitar o espaço todas as hipóteses são possíveis de voltar a ser analisadas, mas 40 anos depois sabemos que o Mercado tinha 2 ou 3 vendedores diariamente, surgiram outros espaços com funções análogas e tudo isso deve levar a considerar se faz sentido gastar mais dinheiro para repor a função que tinha ou se ele pode ser mais bem empregue noutra função, preservando naturalmente a memória do espaço.

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  3. Alugando o espaço geram verbas que podem ser usadas para criar no antigo Cinema o tal espaço para actividades ludicas e culturais. A aposta desta gente de vistas curtas é sempre em infraestruturas de caracter cultural e ludico, originando com essa cegueira um estrangulamento ao crescimento económico do Concelho. Sem geração de riqueza através do aparecimento de empresas criadoras de emprego quem apoia as actividades ludicas e culturais?? Não será certamente nos próximos anos que aquele espaço será reabilitado. Desta forma acredito ter sido tomada mais uma decisão politica errada. Assim uma vez mais defendo o fim desta "Era politica" e o inicio de uma "Era técnica". Acabe-se com esta geração de gente cujas competencias para gerir meios publicos são atribuidas através do voto conquistado com beijinhos e abraços em tempos de campanha eleitoral. Esta organização social não resulta como parece claramente demonstrado com os resultados obtidos.

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  4. Desta feita não partilho a sua opinião caro EA.
    1. O antigo cinema não é um edifício público, é propriedade uma associação particular.
    2. A decisão começou por ser técnica. O local não tem no dia-a-dia, basta passar lá, condições para albergar mais viaturas, daí que um estabelecimento daquela dimensão provocasse estacionamento ao longo da EN 367.
    3. A decisão foi ainda técnica na medida em que ao permitir um supermercado com as valências habituais estar-se-ia a criar algum emprego, mas acabariam os postos de trabalho que ainda ali existem na zona central de Marinhais.
    4. As superfícies comerciais de maior dimensão têm de procurar terrenos um pouco mais distantes dos centros das vilas, onde possam prever lugares de aparcamento e não inviabilizem totalmente o pequeno comércio que ainda persiste/resiste nalgumas ruas.
    5. A decisão foi política porque se quis auscultar o que pensam algumas pessoas na vila e a esmagadora maioria não defende para aquele local um supermercado.
    6. A decisão é ainda política porque não fechou a porta a nenhum arrendamento, definiu apenas a intenção de afectar aquele espaço a fins culturais e lúdicos, mas a todo o momento pode ser reavaliada em função de propostas concretas ou de se encontrar um qualquer veículo financeiro mais dirigido para uma actividade ou outra.

    Concordo que muitas vezes os eleitores não são suficientemente exigentes nas escolhas que fazem daqueles que os representam. Concordo que muitas vezes prestam mais atenção à aquisição de uma TV do que à análise de competências e méritos de equipas e programas, mas eu acredito que é possível ter à frente dos diferentes órgãos de decisão pessoas mais preparadas sem "interromper" a democracia representativa.

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