Depois
de algum esforço feito no nosso País - durante a vigência do
último Governo socialista - para ajudar os mais desfavorecidos, o
que permitiu melhorar alguns dos indicadores que “medem” as desigualdades entre
pobres e ricos, como o estudo que seguidamente se reproduz reconhece, o caminho
está longe de ter terminado e, nas actuais circunstâncias, temo bem que
estejamos a caminhar em sentido contrário!
O
estudo da ‘Accenture', que vai ser divulgado no Centro Cultural de Belém num
encontro promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, revela que,
embora tenha vindo a decrescer, as desigualdades na distribuição dos
rendimentos pelas famílias portuguesas "são mais elevadas em Portugal do
que em todos os países europeus, exceto Letónia e Lituânia".
De
acordo com o estudo, os 20 por cento mais ricos têm um rendimento seis vezes
superior ao dos 20 por cento mais pobres, embora a diferença tenha sido mais
alta um ponto, entre 1995 e 2005.
O
risco de pobreza atinge os 43, 4 por cento e é atenuado por apoios sociais,
cifrando-se nos 17,9 por cento, ou seja, uma em cada cinco pessoas é
considerada pobre e uma em cada três pessoas com mais de 65 anos vive só e é
considerada pobre (35 por cento), números que estão abaixo da média europeia,
que é de uma em cada quatro pessoas (24 por cento).
A
discrepância entre ricos e pobres (também designada por Índice de Gini), que se
situa nos 33,7 por cento, em contraponto com os 30,5 por cento da média
europeia, ajuda a explicar as assimetrias existentes entre quem vive em áreas
urbanas de quem vive em zonas rurais. Por isso, o estudo conclui que "o
despovoamento do Portugal rural em favor das áreas urbanas e do litoral é uma
tendência prevalecente".
Assim
se explica que as regiões da Grande Lisboa e do Grande Porto, que ocupam apenas
2,4 por cento do território, concentram 31,5 por cento da população residente.
No
setor económico, Lisboa, Porto e Albufeira (Algarve) são os municípios do país
onde se registam mais pagamentos por habitante, através das caixas de
multibanco. Da mesma forma, entre os 558 ecrãs de cinema existentes no país, 80
estão em Lisboa, 31 em Vila Nova de Gaia e 21 em Oeiras, enquanto 198 dos 308
municípios não têm nenhum.
Na
saúde, um médico de família tinha, em 2010, em média 145 utentes no Grande
Porto e 757 no Alentejo Litoral. Em relação ao índice de envelhecimento, o
número de idosos por cada cem jovens era, em 2011, de 179 no Alentejo e 118 na
região de Lisboa, o mesmo se verifica em matéria de densidade populacional:
Alcoutim, Mértola e Idanha-a-Nova têm menos de sete habitantes por quilómetro
quadrado, ao passo que na Amadora, Lisboa e Porto existem 5.000.
O
despovoamento das zonas rurais tem contribuído para a redução do número de
explorações agrícolas (de 785.000 em 1979 para 305.000 em 2009) e para o
abandono dos campos, aumentando assim o número de incêndios florestais (2349 em
1980 e 22.026 em 2010).
Sem comentários:
Enviar um comentário