Quanto
mais se estuda o fenómeno do aquecimento global mais apreensivos temos de ficar
com as consequências e as mutações que o planeta Terra sofrerá. Ainda que este
estudo identifique que o aumento da temperatura da água dos oceanos - na
primeira metade do século XXI - é mínimo, a verdade é que os peixes verão o seu
peso reduzido em cerca de 20%.
O
aquecimento global está a transformar o tamanho dos peixes, que ficarão mais
pequenos. Um dos elementos que definem o tamanho dos peixes é a sua necessidade
energética, mas quando, à sua volta, eles já não conseguem garantir energia
para satisfazer estas necessidades, pararão de crescer.
Segundo
um estudo do Centro de Pesca da Universidade da Columbia Britânica, em
Vancouver (Canadá), a quantidade de oxigénio na água é, para os peixes, uma
fonte de energia. E esta está a ficar cada vez menor, consequência, claro, do
aquecimento global.
“Obter
oxigénio suficiente para crescer é um desafio constante para os peixes e,
quanto maior o peixe, pior”, explicou Daniel Pauly, biólogo responsável pelo
estudo. “Um oceano mais quente e com menos oxigénio, como se prevê, será mais
complicado para os peixes grandes, o que significa que estes deixarão de
crescer”.
Pauly
e a sua equipa procurou criar modelos do impacto do aquecimento global em mais
de 600 espécies de peixes, a partir de dois cenários climáticos comummente
aceites pelos especialistas para o período entre 2001 e 2050. Segundo os seus
cálculos, o aquecimento médio dos oceanos continua a ser mínimo, assim como a
diminuição da concentração de oxigénio.
Ainda
assim, as variações resultantes em termo de peso corporal máximo são
“surpreendentemente importantes”.
Em
geral, o peso máximo dos peixes considerados diminuirá entre 14 e 24%, entre
2001 e 2050. Ou seja, seria o equivalente à perda de entre 10 a 18 quilos num
homem de 77 quilos.
O
Oceano Índico será o mais afectado (24%), seguido do Atlântico (20%) e Pacífico
(14%). O estudo foi publicado pela revista Nature Climate Change.
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