Aquilo
que muitos pensavam ser um dos locais menos afectado pelos humanos não escapa
afinal aos malefícios de uma vivência descuidada, incompetente ou laxista que
vai destruindo o único local onde a raça humana pode sobreviver.
Já
todos sabemos que o processo de degradação ambiental do Planeta está em
constante evolução e a crescente consciencialização das pessoas para este facto
ainda não foi o bastante para o “travar”, quando o que era necessário era
retroceder. É urgente que cresça a condenação social e a intolerância para
todos quantos prevaricam, sejam particulares, empresários ou alguns sectores de
actividade, pois só assim daremos o passo seguinte!...
Foram
detetados os primeiros detritos de plástico no Oceano Antártico. Esta
descoberta foi realizada durante uma expedição do navio de investigação francês
Tara, ao longo de 70 mil milhas nos oceanos Atlântico, Pacífico, Antártico e
Índico que durou dois anos e meio. Esta expedição tinha como objetivo estudar a
biodiversidade e os ecossistemas marinhos no âmbito das alterações climáticas.
“Sempre
assumimos que este era um ambiente prístino, muito pouco tocado pelos seres
humanos”, referiu Bowler Chris, coordenador científico do Tara Oceans. “O facto
de termos encontrado estes plásticos é um sinal de que o alcance dos seres
humanos é verdadeiramente planetário.”
Amostras
recolhidas em quatro diferentes estações no Oceano Antártico e Antártida
revelam que os restos de plástico estão numa média de 50 mil fragmentos por
quilómetro quadrado, uma taxa semelhante à média global. Embora os traços de
poluentes sejam habituais, os investigadores achavam que as taxas no Oceano
Antártico seriam dez vezes menores que a média global.
"Descobrir
plástico nestes níveis tão elevados foi completamente inesperado", indicou
Bowler durante uma conferência no Museu da Ciência em Londres, na passada
quarta-feira.
Os
fragmentos microscópicos, invisíveis até se acumularem em redes de arrasto, são
o resultado da degradação de resíduos como sacos plásticos e garrafas, ao longo
décadas pelo efeito da radiação ultravioleta e água do mar. Os
investigadores do Tara, cujo trabalho foi recentemente saudado pelo
secretário-geral das Nações Unidas Ban Ki-moon, também ficaram surpreendidos ao
descobrir fibras sintéticas, resíduos das lavagens de roupa, constituídas por
uma porção significativa de fragmentos de plástico.
O
impacte dos plásticos no ambiente marinho tem sido largamente observado e
relatado. Os peixes e aves consomem regularmente estes detritos, que são
confundidos facilmente com presas. Para além dos danos diretos no animal,
podendo conduzir à sua morte, estes poluentes libertam toxinas e outros
compostos químicos que podem ser transferidos ao longo da cadeia alimentar.
Fonte: BBC
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