A
opção preconizada por um dos mais pequenos países da Ásia - o Butão - de
interditar, a curto prazo, no seu território, o uso de químicos artificiais na
agricultura é meritória, porque amiga do ambiente.
Será
que seria possível estender esta medida a todos os países e alimentar a
população mundial? Independentemente de qual seja a resposta a esta questão, a
decisão dos governantes do Butão não prejudicará seguramente o nosso planeta,
antes pelo contrário!
O
Butão, pequeno reino dos Himalaias conhecido pelo ranking de
felicidade, quer tornar-se a primeira nação do mundo a ter 100% da
sua alimentação através de agricultura orgânica ou biológica.
Segundo
a AFP, o Butão – que fica entre China e a Índia – quer acabar
com os químicos artificiais na agricultura nos próximos dez anos, tornando as
suas colheitas de trigo, batatas e fruta 100% orgânica.
“O
Butão decidiu-se pela economia verde devido à tremenda pressão que estamos a
tirar do Planeta”, explicou o ministro da agricultura, Pema Gyamtsho. “Se
fizermos uma agricultura intensiva teremos de utilizar muitos químicos, o que
não vai de encontro à nossa crença no budismo, que nos pede que vivamos em
harmonia com a natureza”.
Com
700 mil pessoas – dois terços depende da agricultura – o Butão é conhecido pelo
seu ranking de Felicidade Nacional Bruta – em contraponto ao
Produto Nacional Bruto – uma avaliação que está em discussão nas Nações Unidas
e que já obteve a aprovação da Inglaterra e França, entre outros.
O
Butão centra o seu desenvolvimento económico na protecção do ambiente e
investimento em bem-estar, nem que para isso tenha algumas decisões pouco
compreensíveis para o estilo de vida global. Assim, o país baniu a televisão
até 1999, proíbe o turismo de massas – para proteger a sua cultura – e
instituiu recente dia o “Dia do Pedestre” – a terça-feira. Nesse dia, os carros
não podem circular nas cidades.
“Apenas
os agricultores com estradas com bons acessos ou transportes têm acesso aos
químicos”, explicou Gyamstho. A utilização de químicos na agricultura já é
“muito baixa”, pelo que não será complicado acabar totalmente com ela.
O
mercado global de produtos orgânicos ou biológicos valia, em 2010, 44,5 mil
milhões (R$116,6 mil milhões). O Butão, por exemplo, já exporta cogumelos raros
para o Japão, vegetais para a Tailândia, maçãs para a Índia e arroz vermelho
para os Estados Unidos.
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