terça-feira, 18 de dezembro de 2012

POSTO DA GNR, PATRIMÓNIO MUNICIPAL E FALTA DE EMPENHO


O edifício onde se situa o posto da GNR de Salvaterra de Magos foi construído de raiz pela Câmara Municipal de Salvaterra de Magos há cerca de três décadas e meia. Essa opção política terá feito todo o sentido à época pois permitiu criar melhores condições àquela força policial e, simultaneamente, retirá-la do edifício sede da Câmara Municipal que, poucos anos depois (década de 80) sofreu importantes obras de recuperação e remodelação.


Nos últimos anos, o edifício onde se situa a GNR foi votado ao esquecimento pelo Ministério da Administração Interna, inquilino do espaço, e também pela Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, proprietária do imóvel, descurando ambos a sua regular conservação. Esta crítica à gestão camarária pode ser estendida a vário outro património, como a rede viária, alguns espaços verdes, a Praia Doce, a Barragem de Magos, a escola do Cocharro e diversos outros edifícios escolares do 1º ciclo, a praça velha de Salvaterra, armazém e instalações oficinais da autarquia, edifício pombalino na Praça da República, também na sede do concelho, etc., etc.
Em face desta falta de empenho na regular conservação dos equipamentos públicos, a situação a que chegou o posto da GNR de Salvaterra – relatada na notícia abaixo - é de difícil compreensão.

Praia Doce

Considero que é absolutamente necessário efectuar um levantamento exaustivo e criar um plano municipal de reutilização dos vários equipamentos existentes no Município e, em função desse estudo, projectar e orçamentar as soluções técnicas que viabilizem essa decisão política e encontrar o modelo de financiamento das intervenções. Falo evidentemente dos antigos edifícios das escolas do 1º ciclo de Salvaterra de Magos, Cocharro, Várzea Fresca e dentro de algum tempo de Marinhais, do edifício da antiga biblioteca de Salvaterra, das praças antigas de Marinhais e Salvaterra, do Hotel Jackson e área envolvente na Glória do Ribatejo, do Centro de Interpretação do Cais da Vala, do Celeiro da Vala, da Capela Real e do seu auditório, do ginásio dos Trampolins (ex-Metalmagos), do quartel da GNR e de vários outros equipamentos e terrenos públicos.

Ginásio de Trampolins

Ora, todo este trabalho, já não se compadece com os últimos 10 meses de um ciclo de governação do Município, pois na génese deste estudo não pode estar o eleitoralismo ou os proveitos eleitorais, daí que tudo isto deva ser programado pelo próximo governo da Câmara Municipal. É por esta razão que veria vantagem em serem evitadas referências e apreciações simplistas e casuísticas, legítimas evidentemente, mas geradoras de expectativas, de ilusões e de desilusões, pois todo o cuidado é pouco uma vez que falamos da cedência (ou concessão) de património público, que é pertença de todos.
Manda a prudência que sem um planeamento/estudo integrado e global, para evitar injustiças, erros e duplicações de funções, não se cedam este tipo de espaços públicos - seja a associações ou a outro tipo de entidades - por prazo que exceda o termo do actual mandato autárquico.
É por esta razão que a solução proposta no artigo do MIRANTE, de instalar a GNR em antigas instalações escolares não é para nós admissível a não ser que tenha um carácter provisório, pois serão o aludido levantamento e o planeamento subsequente que terão a "palavra final".


NOTÍCIA DISPONÍVEL EM

4 comentários:

  1. simplesmente vergonhoso o teor desta notícia para o nosso concelho. E a todos nos deixa invergonhados! Não sei que andou a fazer este executivo da Anita/BE que deixou chegar um pouco por todo o concelho este tipo de problemas.

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  2. A ideia da GNR na escola e excelente tambem deveria ser adotada em Marinhais.

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    1. Sem se fazer um levantamento exaustivo das edificações municipais, do seu estado, e das carências das associações, entidades e autarquias, ninguém está em condições de definir prioridades. O que está em jogo é património público municipal que nos está confiado, a sua utilização deve ser ponderada no conjunto do município e não apenas em reacção a uma qualquer situação anómala. Admito que o quartel da GNR foi desleixado pela Câmara Municipal e pelo inquilino e tem por isso poucas condições, mas foi construído para aquele fim!... Então e depois fica o actual quartel abandonado? Fazem-lhe obras e depois recoloca-se lá a GNR? Fazem-se obras nas escolas para a GNR e faz-se obras no Quartel para o destinar a outro fim? Só uma avaliação da situação mais cuidada permite saber o que é o melhor.

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  3. Sr Hugo Santos a sua observação não encaixa no teor deste post por isso a não publico, no entanto já a reencaminhei para os serviços da Junta de Freguesia que refere. Obrigado.

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