Na
última reunião da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos os vereadores socialistas chamaram a atenção
para o facto de - numa análise muito breve a todos os Planos e Orçamentos da
Câmara ao longo deste mandato, que se aproxima do final - ressaltar por demais
evidente que muitas rubricas (promessas) neles contidas se revelaram meras
intenções, não concretizadas.
Os argumentos
que a maioria BE usa para explicar essas falhas de realização, têm sido, entre
outras, a escolha de outras prioridades e as limitações financeiras que advém
também do período de crise económica que o País vive. Estas justificações são
pouco credíveis na medida em que só deve ir a Plano da Câmara, o que a maioria previamente
entende ser prioritário e para o qual tem verbas disponíveis ou expectativas de
as poder vir a alcançar.
Ainda
que sem querer formular um juízo de valor, listam-se alguns dos investimentos que estiveram nos Planos da Câmara, ao longo destes 4
anos, e que posteriormente saíram sem terem sido feitos:
- A recuperação do edifício pombalino na Praça da República em Salvaterra de Magos;
- A aquisição de quadros interactivos para as escolas do 1º ciclo de Foros de Salvaterra, Glória do Ribatejo, Muge e Granho, as freguesias que não beneficiarão de Centro Escolar. Também saiu a construção do Centro Escolar dos Foros de Salvaterra e a construção de um jardim-de-infância e a requalificação da escola EB1 do Granho;
- Os arranjos urbanísticos (lancilagens, passeios e estacionamentos) da EN 114-3 na Várzea Fresca, do Bairro da Chésal (junto à zona comercial) e da Av. José Luís Brito Seabra, ambos em Salvaterra de Magos, não se fizeram;
- Deixaram de aparecer também a valorização ambiental da albufeira de Magos e o caminho pedonal ao longo da Vala Real;
- Também já não surgem a pavimentação da Rua Moita do Sebastião, a ligação da Est. das Janeiras de Baixo até à estrada da Barragem que daria acesso da Glória do Ribatejo ao nó da A13 nos Foros de Salvaterra e, ainda, o alargamento da EM 581 que liga Muge ao Granho e à Glória do Ribatejo;
- A adaptação de terreno a um Ecocentro Municipal a localizar entre Marinhais e Glória, a biblioteca de Marinhais e o Centro de Estudos do Mesolítico de Muge, também sumiram;
- A aquisição de um terreno nos Foros de Salvaterra para Área Empresarial e a infraestruturação da nova Área Industrial em Muge deixaram de constar;
- A Temporada das Artes, a Equimagos e a Semana da Juventude deixaram de se realizar;
- E, finalmente, construção de pavilhões desportivos nos Foros de Salvaterra e até no Granho e as energias alternativas para edifícios e equipamentos públicos também não passaram de uma intenção.
Constata-se com muita tristeza, ainda, que prosseguem os cortes das verbas a atribuir às colectividades e associações
desportivas do concelho. Há dois anos, em 2011, o valor orçamentado era de
100.000€, para o ano de 2013 o valor orçamentado é metade, apenas 50.000€. As
Associações estão com muitos problemas financeiros, as famílias e as empresas
locais não as conseguem apoiar mais e tudo isto só pode piorar em 2013. Daí que
fosse de toda a conveniência manter em 2013, pelo menos, o valor orçamentado em
2012. É que, no actual cenário de dificuldades, já são muitas as direcções que
não se conseguem renovar ou substituir e, se a Câmara ainda lhes atribui menos condições
para o ano, teme-se que muitas delas deixem de ter qualquer actividade e
quem perde são, em primeiro lugar, as crianças e os jovens do concelho que vêem
reduzir a oferta de actividades e a prática desportiva.
O
Plano e o Orçamento para o ano que vem repetem ainda muitas das intenções de
investimento que já vêm referenciadas no Plano de anos anteriores e que,
infelizmente, por razões financeiras, de opção política ou de mero calculismo
eleitoral não tiveram qualquer execução física e, nalguns casos, nem os
projectos foram realizados. Mas sobre isto falaremos em post que publicaremos amanhã.
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