A
origem da vida na Terra continua a ser uma área com muito potencial de
investigação. A confirmar-se as
conclusões do estudo abaixo noticiado, fica posta em causa a teoria de que a
vida se desenvolveu primeiro no mar e depois é que prosseguiu em terra. A
descoberta, o estudo e a datação de fósseis parece demonstrar que já existiria
vida em solo firme quando ainda se julgaria que ela só pudesse estar a ocorrer
nos mares!...
Um estudo de fósseis sugere que
organismos que se pensa serem antepassados dos animais marinhos podem ter
vivido em terra. Se isto se confirmar, a descoberta pode desafiar a ideia
generalizada de que a vida se desenvolveu no oceano durante centenas de milhões
de anos, antes de se espalhar pela terra firme.
Os fósseis, designados por Ediacaran, têm entre 542 e 635 milhões de anos e
foram descobertos no sul da Austrália em 1946, pensando-se que eram restos de
alforrecas, vermes e organismos parecidos com flores que habitam os fundos
marinhos.
Através das mais modernas análises químicas e microscópicas, um geólogo da
Universidade do Oregon concluiu que são fósseis de organismos terrestres.
Podem ter sido líquenes - uma mistura de fungo e alga ou bactéria - ou colónias
de micro-organismos, afirmou Gregory Retallack, que considera que os fósseis
representam "um braço evolucionário independente da vida em terra que
precedeu em, pelo menos, 20 milhões de anos a explosão evolucionária dos
animais terrestres no período Câmbrico".
Se esta teoria estiver correta, conclui-se que alguns organismos fizeram a
transição dos oceanos para terra muito mais cedo do que se pensa actualmente,
comentou Paul Knath, da faculdade de Exploração Terrestre e Espacial da
Universidade do Estado do Arizona.
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