Quase três décadas depois do desastre
nuclear de Chernobil está a iniciar-se a colocação de uma estrutura metálica
sobre o gerador que explodiu, com a intenção de “enclausurar”, pelo menos
durante cem anos, a radioctividade que ainda possa vir a ser libertada daquele
local. A notícia que seguidamente se publica dá nota dessa iniciativa do
governo ucraniano que recebeu financiamento da comunidade internacional.
Esperemos que a humanidade, de futuro,
acautele com maior rigor qualquer alteração ao paradigma energético que hoje
temos e para isso é fundamental que vá desenvolvendo os conhecimentos
tecnológicos e as técnicas para que quando isso for indispensável não fiquemos
expostos a riscos desta dimensão.
A estrutura que cobrirá o quarto
reactor da centra nuclear de Chernobil, na Ucrânia, que explodiu a 26 de Abril
de 1986, foi na terça-feira erguida pela primeira vez. O gigante tecto em forma
de arco cobrirá o sarcófago de cimento já existente sobre o reactor, e prevê-se
que seja implementado em definitivo em 2015.
A construção, financiada pelo Banco
Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD) - e com participação portuguesa -,
foi ontem pela primeira vez erguida à sua altura máxima, a que será utilizada
para cobrir o reactor.
O peso da estrutura, um arco de
contenção, rondará hoje as 5 mil toneladas, mas quando for concluída, prevê-se
que venha a pesar quase 20 mil toneladas, distribuídas pelos 257 metros do seu
comprimento.
«Este é um marco muito
significativo, um tributo ao compromisso da comunidade da dadores
internacionais, e um importante passo para superar o legado do acidente»,
considerou Suma Chakrabarti, presidente do BERD, ao comentar os avanços de
ontem.
De acordo com a Al-jazeera, o
equipamento foi desenhado para conter o reactor durante 100 anos e reter as
emissões radioactivas que ainda possam ser libertadas, apesar de o governo
ucranianoter assegurado, em Agosto,
que «praticamente [já] não [havia] impedimento para a vida humana» em
Chernobil.
Em 1986, a explosão do reactor 4
causou a morte a dois trabalhadores da central nuclear. Nos meses seguintes,
ainda foram registadas mais 28 mortes devido à radiação.
Na altura, dezenas de milhar de
pessoas tiveram que evacuar a cidade de Pripiat, nas redondezas da central
nuclear, localizada a cerca de 100 quilómetros de Kiev, capital ucraniana.
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