A apreciação de um Plano e de um Orçamento
Municipal, quaisquer que eles sejam, tem de ter em conta a sua contextualização
no espaço temporal em que vivemos. Por essa razão é do senso comum que o Orçamento da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos para 2013 tem de ser um reflexo da
crise por que passamos, mas o Plano de Investimentos apresentado pela maioria
BE não se inibe de reflectir, por outro lado, o período eleitoral que se avizinha, tantas são as "intenções" (promessas) mas sem lhes atribuir, contudo, a verba que seria necessária para as poder concretizar. É o faz de conta!
Ao
consultarmos as Grandes Opções do Plano verificamos que proliferam também
intenções de investimento “requentadas”, senão vejamos:
- A pavimentação da R. Pinhal dos Morros, em Salvaterra, da R. do Tanoeiro e da R. Florbela Espanca, em Marinhais, já vêm referenciadas no Plano da Câmara de 2009;
- O Alargamento da Est. de Acesso à Ponte D. Amélia, em Muge, e até o parque infantil da Várzea Fresca já constavam do Plano da Câmara em 2009, e agora repetem presença - também em ano de eleições – em 2013;
- A pavimentação da Est. do Convento, em Salvaterra, e a repavimentação da R. de Macau, em Marinhais, e da R. Mourinho de Albuquerque, em Muge, copiam intenções que estavam no Plano de 2010 e que agora se concentram em ano eleitoral;
- A repavimentação da Est. do Cocharro, ligando a Glória do Ribatejo ao Granho, e a pavimentação da R. da Pereira, na Glória, são obras que vêm do Plano de 2011;
- Do ano passado vêm a repavimentação da Av. D. Dinis, em Muge e da Est. das Malhadinhas nos Foros, e ainda a pavimentação (projecto) da R. 25 de Abril, no Granho.
O Plano para 2013 é um “déjà
vu”, pois muito do que lá vem replica parte do que vinha nos Planos de
2009, 2010, 2011 e 2012, pelo menos a parte que não foi deixada cair ao longo
dos 4 anos do mandato e que no post
que ontem publicámos tivemos o cuidado de identificar. As tais promessas nunca cumpridas e agora esquecidas!...
Mas
este Plano tem ainda duas ou três novidades. Por um lado não se fez,
mas também não se desistiu, da Gala do Desporto, do Plano Municipal de Vias
Cicláveis, do Plano Municipal do Ambiente, do Plano concelhio para a Mobilidade
e do Pavilhão Multiusos na Glória do Ribatejo. Os primeiros continuam a ter
500€ e o último o dobro, 1.000€. Outras das surpresas – que
vêm desde o Plano de 2010 (?!) - é manter a intenção de
fazer, prevendo apenas 5.000€ para isso, mais arranjo urbanístico ao longo da
EN 367 e ainda levar por diante, com pecúlio pouco superior, a colocação de uma
rede pluvial na Zona Central também em Marinhais.
Este
Plano para 2013 mantém, ainda, a construção de um relvado sintético em
Salvaterra de Magos, obra que vem desde 2010 e que não foi realizada por
circunstâncias várias, mas junta-lhe agora um novo relvado, desta feita nos
Foros de Salvaterra. Julgamos que é uma mera manifestação de vontade sem
qualquer viabilidade económica, pelo que devia estar num programa eleitoral e
não no plano e orçamento da Câmara Municipal. Lamentável eleitoralismo, diga-se! Neste particular, para nós, a
prioridade continuará a ser a construção de um pavilhão desportivo nos Foros de
Salvaterra.
Este
Plano e consequente Orçamento não seriam, como se percebeu pelo que dissemos
anteriormente, os documentos que elaboraríamos, mas não queremos deixar de destacar
três aspectos positivos.
- Mantém-se a aposta na construção do Centro Escolar de Marinhais que leva quase 2 anos de atraso.
- Envereda de modo mais decidido pela repavimentação da rede viária municipal mais antiga.
- E, por fim, reconhece-se que muito mais alcatrão devia ser aplicado, pois a manutenção daquela rede viária (mais antiga) foi muito descurada ao longo de década e meia. Por isso indicam-se no Plano mais de uma dezena de outros arruamentos que deviam ser beneficiados, mas para cada um só se disponibiliza 5.000€, o que não dá para nada! Esperemos que os fundos comunitários continuem a ser generosos e nos dêem uma ajuda.
São pois tantas as obras neste Plano
para 2013, que já estiveram em Planos e Orçamentos anteriores, que aos
vereadores socialistas não restou outra solução, para serem coerentes, que repetirem
também a abstenção de anos anteriores.
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