domingo, 23 de dezembro de 2012

CRESCIMENTO DAS PLANTAS PODE GERAR ELECTRICIDADE


A notícia de que se dá conta seguidamente não é a panaceia para a sustentabilidade do planeta nem é decisiva para a alteração do paradigma energético a nível mundial, que assenta no consumo de combustíveis fósseis (carvão, gás e petróleo).
Estamos a falar, neste trabalho de investigação, de pequenas produções energéticas que poderão ter uma utilidade limitada, mas é de pequenos passos que se faz o avanço da ciência e da tecnologia. Em meios de características rurais e para produções individualizadas, a solução apontada poderá vir a ter utilidade, assim se prossiga o desenvolvimento deste estudo e se consiga dar-lhe aplicabilidade prática.


A Universidade de Wageningen, na Holanda, está a desenvolver uma fonte de energia renovável que tem como base uma tecnologia de células de combustível a partir de plantas microbianas. A tecnologia poderá aproveitar as 6% de zonas húmidas existentes no Planeta e ser utilizada para fornecer electricidade a comunidades remotas e até dinamizar os telhados verdes.
Ao contrário do biogás, que é produzido pela digestão anaeróbica da matéria orgânica, este sistema gera electricidade enquanto as plantas continuam a crescer. Por outro lado, de acordo com os pesquisadores, o sistema não afecta o crescimento das plantas.
De acordo com o Gizmag, esta tecnologia aproveita 70% da matéria orgânica produzida a partir da fotossíntese e que não pode ser utilizada pela planta, sendo eliminada pelas raízes. À medida que as bactérias à volta das raízes trabalham este resíduo orgânico, os electrões são libertados como um produto de resíduo.
Ao colocar um eléctrodo perto das bactérias para absorver estes electrões, a equipa de investigadores, liderada por Marjolein Hleder, foi capaz de gerar electricidade. É certo que pouca – 0,4W por metro quadrado de planta –, mas ainda assim maior que a electricidade gerada pela fermentação de biomassa.
Por outro lado, este sistema pode, no futuro, gerar até 3,2W por metro quadrado, o que permitirá que um telhado verde de 100 metros quadrados possa fornecer electricidade para uma casa com um consumo médio de 2,800 kWh por ano.
A equipa que investigou este processo admite que a tecnologia precisa de melhorar em termos de sustentabilidade, limitando a quantidade de material utilizada pelos eléctrodos. Ainda assim, dois dos investigadores iniciais estão já a preparar um spin-off para comercializar a tecnologia, a Plant-e. Os primeiros produtos deverão chegar ao mercado no início de 2013.

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