A
notícia de que se dá conta seguidamente não é a panaceia para a
sustentabilidade do planeta nem é decisiva para a alteração do paradigma
energético a nível mundial, que assenta no consumo de combustíveis fósseis
(carvão, gás e petróleo).
Estamos
a falar, neste trabalho de investigação, de pequenas produções energéticas que
poderão ter uma utilidade limitada, mas é de pequenos passos que se faz o
avanço da ciência e da tecnologia. Em meios de características rurais e para
produções individualizadas, a solução apontada poderá vir a ter utilidade, assim
se prossiga o desenvolvimento deste estudo e se consiga dar-lhe aplicabilidade
prática.
A
Universidade de Wageningen, na Holanda, está a desenvolver uma fonte de energia
renovável que tem como base uma tecnologia de células de combustível a partir
de plantas microbianas. A tecnologia poderá aproveitar as 6% de zonas húmidas
existentes no Planeta e ser utilizada para fornecer electricidade a comunidades
remotas e até dinamizar os telhados verdes.
Ao
contrário do biogás, que é produzido pela digestão anaeróbica da matéria
orgânica, este sistema gera electricidade enquanto as plantas continuam a
crescer. Por outro lado, de acordo com os pesquisadores, o sistema não afecta o
crescimento das plantas.
De
acordo com o Gizmag, esta tecnologia aproveita 70% da matéria orgânica
produzida a partir da fotossíntese e que não pode ser utilizada pela planta,
sendo eliminada pelas raízes. À medida que as bactérias à volta das raízes
trabalham este resíduo orgânico, os electrões são libertados como um produto de
resíduo.
Ao
colocar um eléctrodo perto das bactérias para absorver estes electrões, a
equipa de investigadores, liderada por Marjolein Hleder, foi capaz de gerar
electricidade. É certo que pouca – 0,4W por metro quadrado de planta –, mas
ainda assim maior que a electricidade gerada pela fermentação de biomassa.
Por
outro lado, este sistema pode, no futuro, gerar até 3,2W por metro quadrado, o
que permitirá que um telhado verde de 100 metros quadrados possa fornecer
electricidade para uma casa com um consumo médio de 2,800 kWh por ano.
A
equipa que investigou este processo admite que a tecnologia precisa de melhorar
em termos de sustentabilidade, limitando a quantidade de material utilizada
pelos eléctrodos. Ainda assim, dois dos investigadores iniciais estão já a
preparar um spin-off para comercializar a tecnologia, a Plant-e.
Os primeiros produtos deverão chegar ao mercado no início de 2013.
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