São
cada vez mais assustadores os dados que nos dão conta que a humanidade ainda
não conseguiu travar a progressão das emissões de carbono (CO2). Sendo assim as
alterações climáticas serão irreversíveis e com elas advirão um conjunto de fenómenos que dificultarão ainda mais a vida na Terra – aumento das
temperaturas, degelos nos pólos, subida do nível médio das águas do mar,
diminuição da fauna marítima por redução do alimento, maior número e intensidades mais gravosas das calamidades
naturais, desertificação do planeta, etc.
Não
quero ser alarmista, longe de mim tal papel, mas começa a ser mais do que tempo
de a comunidade mundial encarar isto como uma ameaça a combater, numa guerra que se não vencermos é a nossa subsistência como espécie que fica posta em
causa a prazo, com terminus que ninguém conhece com rigor.
Actualmente, as emissões
de carbono (CO2) estão a níveis 14% superiores aos valores que têm que ser
registados em 2020, de modo a evitar que as temperaturas aumentem mais do que
2ºC este ano, afirma em relatório o Programa Ambiental da ONU.
O estudo, intitulado de
‘Relatório do Diferencial de Emissões 2012', foi elaborado por 55 cientistas de
20 países para a Conferência das Alterações Climáticas que vão ter lugar na
semana que vem no Qatar. No documento, os peritos dizem que as metas para 2020
"ainda são tecnicamente alcançáveis", mas que poderão ser
"perdidas" a menos que os governos mundiais tomem "medidas
rápidas".
Em adição, é sublinhado
que, mesmo que todos os países cumpram com os cortes de emissões prometidos, as
emissões de CO2 ainda deverão ser superiores em oito gigatoneladas ao
inicialmente previsto para 2020.
"Oito é um número
muito grande. É o equivalente à emissão de carbono de todo o sector industrial
do mundo hoje em dia", afirmou Joseph Alcamo, cientista-chefe do Programa
Ambiental da ONU (UNEP), citado pela BBC.
Para o director executivo
da UNEP, Achim Steiner, o relatório "reavalia sobriamente a diferente
entre as ambições e a realidade".
Países em desenvolvimento
Os especialistas têm
alertado que o crescimento das economias da China e da Índia representa um dos
maiores perigos para o aquecimento global, já que estes países estão entre os
maiores poluidores do mundo e têm economias em rápido crescimento que
necessitam de energia barata, em particular a do carvão. Mesmo que o Ocidente
cumpra todas as medidas para reduzir as suas emissões, o crescimento chinês e
indiano será mais do que suficiente para anular todos os esforços ocidentais e
levar ainda a um crescimento em 25% das emissões em 2020, alertam.
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