A
notícia que seguidamente se reproduz era improvável para o comum dos cidadãos há
alguns meses. Pensar que os países árabes, principais exportadores de petróleo,
podiam estar a desenvolver planos e/ou programas para se tornarem estritamente
dependentes de energias renováveis, beneficiando das muitas horas de exposição
solar que têm, faz sentido, mas não era crível no curto prazo.
A
surpresa advém também do facto deste caminho estar a ser desbravado pois estes países estão em fase de desenvolvimento económico, os consumos aumentem e eles correm o
risco de ter de importar petróleo para sustentar esse crescimento!...
A
enorme quantidade de horas de exposição solar da Arábia Saudita pode marcar uma
viragem na forma como este país exportador de combustíveis fósseis olha para a
energia, de acordo com vários governantes sauditas.
Um
dia, esta energia poderá chegar ao Egipto, Norte de África e, inclusive,
Europa, de acordo com algumas fontes sauditas.
Segundo
explica o Financial Times, o crescimento do consumo energético na Arábia
Saudita e outros países da região do Golfo poderá levá-los a tornarem-se
importadores de petróleo dentro de 15 anos, a não ser que encontrem fontes
alternativas de energia. Como as renováveis.
“É
um programa muito ambicioso e um plano muito ambicioso. O potencial é enorme e
acreditamos que a Arábia Saudita será um dos grandes produtores de energia
solar”, explicou uma fonte oficial saudita, citada pelo Financial Times.
Este
potencial levará a Arábia Saudita e o Gulf Co-operative Council – Bahrain, Kuwait, Omã, Qatar e
Emirados Árabes Unidos – a criarem uma rede de infra-estruturas inteligentes,
que leve a electricidade a países tão distantes como Egipto ou mesmo ao
continente europeu.
“Podemos
comparar [esta rede] à computação em nuvem. Vejo um futuro onde as pessoas
podem estar em qualquer lado e terem a sua electricidade à disposição, uma vez
que as redes estão integradas”, explicou Fahad Bin Mohammed al-Attiya,
presidente do National Food Security Programme do Qatar.
Na
verdade, a grande prioridade dos países do golfo é conseguir alcançar as
necessidades energéticas da região. Mas os responsáveis não ficarão
indiferentes a uma boa oportunidade de negócio.
“Começaram
a pensar na possibilidade de ligar a rede, de forma fácil, até ao Egipto. Se
chegarmos ao Egipto conseguimos chegar ao Norte de África e, a partir daí, à
Europa. Assi, teremos uma auto-estrada de energias renováveis”, explicou ao
Financial Times Adnan Amin, presidente da International Renewable Energy
Agency, cuja sede está instalada em Abu Dhabi.
Recorde-se
que a Arábia Saudita anunciou recentemente um plano para utilizar 100% de energias renováveis
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