segunda-feira, 11 de junho de 2012

SIMULAR E LUDIBRIAR


Faz hoje uma semana (post de 4 de Junho) que denunciámos, aqui, a "manobra de diversão" que seria a aprovação do referendo local proposto pelo BE, ainda mais com uma pergunta ilegal, como na altura demonstrámos. 
Jamais ele poderia ser viabilizado, em tempo útil, pelo Tribunal Constitucional e por toda a tramitação subjacente a este tipo de consultas populares, impedindo, na prática, que as pessoas fossem ouvidas e que antes dos 90 dias que a lei dá às Assembleia Municipal para se pronunciarem, a nossa o pudesse fazer, o que condenaria o concelho a ficar com apenas 3 freguesias, sem nada ter feito para o evitar.


O caminho que o BE quer seguir não leva a lado algum, é uma carga de trabalhos, o "faz de conta". Finge-se que se ouve antes de decidir, para não ter de decidir. 
Realizar um referendo como o BE quer para perguntar às pessoas se a Assembleia Municipal de Salvaterra de Magos se deve pronunciar (ou não) e, pior do que isso, tentar fazê-lo procurando obter a resposta NÃO, é para além de um simulacro de democracia, fundamentalismo ideológico. 
Não se convida ninguém, muito menos aqueles que representamos, a decidir se ficam com 3 ou se preferem manter mais freguesias, quando as críticas que TODOS inúmeras vezes fizemos a esta lei foi que ela reduzia a representatividade do Povo e levava ao encerramento de serviços de proximidade. Disse-mo-lo sem referendo e agora que é o momento de procurar minorar o "dano", o BE simula que chama o Povo para dizer se afinal quer ficar com as 3 freguesias que a lei indicia e contra o que lutámos ou se, em alternativa, podemos agir e ficar com mais?!...


Mas como se não fosse suficientemente mau o não-caminho que o BE nos quer "oferecer", começa a ser difícil de calar a indignação que está subjacente à hipocrisia BE.
Temendo danos eleitorais o BE vai evitando pronunciar-se sobre a solução que tem para a reorganização das nossas freguesias, manda para as "calendas" uma decisão quando propõe um referendo e recusou-se a dialogar com as demais forças partidárias.
Não precisou, no entanto, de ouvir o Povo, para convencer um actual Presidente de Junta, em troca de vantagem pessoal, a tudo fazer para conseguir a união com determinada freguesia, pois desse modo seria ele o candidato BE às eleições para a NOVA freguesia que vai resultar da aplicação da lei, lugar que perderá se falhar e a decisão pender para outra união, que não a defendida pela liderança BE. Se isto não é caciquismo, o que será?!
[Será interessante aguardar pelo desmentido BE, principalmente para aqueles que, como nós, sabem o que se está a passar no terreno e naquela freguesia!]
Se em torno da nossa posição for possível reunir, na próxima Assembleia Municipal do dia 14 deste mês, a maioria dos deputados municipais, vai ficar muito claro que em freguesias como o Granho que - por todos os critérios da malfadada Lei 22/2012 - terá de se agregar a uma outra de maior dimensão, serão as respectivas Assembleias de Freguesia, os representantes do Povo, que se o desejarem terão a última palavra sobre a união da(s) sua(s) freguesia(s).
Não podem ser vaidades e interesses pessoais, nem uma liderança a 1 ano de completar o seu mandato e 16 anos de Poder, que ditarão o destino de quase um milhar de pessoas, terão de ser os próprios, se assim o decidirem, através dos seus deputados de freguesia.

NA PASSADA 4ª FEIRA ESTA QUESTÃO FOI NOTÍCIA NA RÁDIO MARINHAIS
(clicar em cima para ler melhor)

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