Porque
preferimos “saber” a colocar a cabeça na areia publicamos hoje um artigo que
divulga um relatório da Agência Europeia de Ambiente intitulado “Recursos Materiais e Resíduos”. Nele
podemos constatar que, embora com alguns progressos, a Europa continua a gastar
de modo “voraz” materiais que têm uma dimensão finita. Mas também é dito que “o
uso insustentável de recursos é um problema global”. Os combustíveis continuam
a ser as matérias-primas virgens mais capturadas. Reciclar parece ser a atitude
esperada de uma Europa cada vez mais verde.
O relatório “Recursos Materiais e Resíduos”
afirma que a Europa está a utilizar os recursos de forma mais eficiente
contudo, em termos absolutos, o uso de matérias-primas virgens tem vindo a
crescer. Apesar desta tendência ter sido interrompida pela crise que se faz
sentir na Europa é provável que o aumento do consumo de recursos seja
restabelecido com a retoma económica.
“O uso insustentável de recursos é um
problema global. A procura voraz da Europa por materiais é sentida em todo o
mundo”, refere Jacqueline McGlade, diretora executiva da Agência Europeia do
Ambiente. “Com a crescente procura dos recursos limitados do mundo, é
imperativo que a Europa utilize de forma mais eficiente os materiais virgens e
os resíduos.”
A média anual de utilização de recursos
materiais atinge quase as 15 toneladas por pessoa. Parte destes
materiais são transformados em produtos, a outra é convertida em emissões e
resíduos.
A economia europeia está muito dependente de materiais virgens. Em 2011, a
Europa importou cerca de 1600 milhões de toneladas de matérias-primas virgens,
o que corresponde a 3.2 toneladas por cidadão europeu. A maioria é
combustíveis.
A economia europeia gera mais de 5 toneladas
de resíduos por habitante, todos os anos. Contudo, a gestão de resíduos na
Europa têm melhorado significativamente. As taxas de reciclagem quase que
duplicaram na União Europeia, Noruega e Suíça, evoluindo de 17% de resíduos
municipais reciclados ou compostados em 1995 até 38% em 2010. Aproximadamente
cerca de 60% dos resíduos de embalagens são agora reciclados.
A União Europeia pretende tornar-se uma
"sociedade da reciclagem", o que contribuirá para o seu objetivo de
uma economia mais verde. Atualmente para muitos materiais, especialmente o
papel, cartão, ferro e aço, as taxas de reciclagem são elevadas mas para
muito materiais ainda ficam aquém das expectativas.
Há muitas vantagens numa gestão de resíduos
otimizada. Por exemplo, a implementação das metas da Diretiva Aterros que
implica o aproveitamento dos resíduos urbanos em vez de depositá-los
em aterro poderia reduzir as emissões dos gases com efeito de estufa em 62
milhões de toneladas de CO2 em 2020, relativamente ao ano de 2008, segundo uma
análise realizada pela Agência Europeia do Ambiente. Aumentar a reciclagem
também gera mais empregos com maiores rendimentos. De uma forma geral, o
emprego relacionado com a reciclagem aumentou 45% na Europa, no período entre
2000 e 2007.
O uso eficiente de materiais, a redução dos
resíduos e a utilização destes como recurso são pilares fundamentais de uma
economia verde. Este será o tema chave da Conferência Rio +20 que se realizará
este mês no Rio de Janeiro.
*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo Acordo
Ortográfico
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