Continuamos a publicar neste
espaço artigos que nos vão dando conta da situação de “morte lenta” que nós, os
humanos, estamos a causar ao planeta Terra. O problema é que só temos este
local para viver!...
Todos podemos – e devemos –
contribuir para melhorar a situação no nosso dia-a-dia e já aqui deixámos
diversos exemplos de como o podemos fazer, separando e tratando os lixos e os resíduos,
diminuindo os consumos energéticos, utilizando de modo racional a água, entre
outros. Mas tudo isto pode ser comprometido se os governos das diferentes
nações não se envolverem colectivamente num esforço de busca da
sustentabilidade.
O
documento Geo-5 da PNUMA pede uma transformação no rumo da humanidade, de forma
a evitar o desastre para o qual o futuro parece apontar. Ao mesmo tempo, a
organização responsabiliza, em parte, os governos pela passividade em resolver
a questão.
"Se
as estruturas atuais de produção e consumo dos recursos naturais se mantêm desta
forma e não se fizer nada para inverter a tendência, os governos deverão
assumir a responsabilidade de um nível de deterioração e de impacto sem
precedentes no meio ambiente", advertiu o chefe do PNUMA, Achim Steiner.
O
documento foi publicado 20 anos depois da histórica Cimeira da Terra, realizada
no Rio de Janeiro em 1992.
Segundo
dados da ONU, a procura global de alimentos terá aumentado cerca de 50% em
2030, a de água 30%, e a de energia à volta de 45%, ao mesmo tempo que o
aquecimento global e a pobreza.
Padrões
de consumo não sustentáveis
Desde
1950, a população mundial duplicou tendo chegando a sete mil milhões de
habitantes. Em 2050, esse número chegará aos 9,5 mil milhões. Perante esta
realidade, a PNUMA considera necessário incentivar um desenvolvimento
sustentável, que satisfaça as necessidades dos que habitam o planeta sem
comprometer a sobrevivência das gerações futuras.
O
crescimento demográfico e económico de algumas economias, como a chinesa,
"estão a levar os sistemas do meio ambiente a limites
desestabilizadores", afirma o documento. Além disso, considera que os
padrões atuais de consumo, sobretudo no Ocidente, não são sustentáveis.
O
relatório adverte ainda que apenas quatro das 90 metas definidas pelos Estados
membros da ONU como prioritárias para proteger o meio ambiente registaram
avanços significativos. Uma delas é o acesso à água potável pelos mais pobres,
que não chegará a 600 milhões de pessoas mesmo em 2015, além dos 2,5 mil
milhões que não terão saneamento.
Promover
economia verde
Entre
as melhorias significativas dos últimos 20 anos estão também a eliminação da
produção e do uso de substâncias que agridem a camada de ozono, avanço que
evitará milhões de casos de cancro de pele e cataratas até 2100. Houve também
registo de progressos nas pesquisas para reduzir a contaminação dos mares, que
continua, no entanto, a ser dramática e a provocar, por exemplo, uma grave
deterioração das barreiras de coral.
O
relatório aponta pequenos progressos em 40 objetivos ambientais da ONU, por
exemplo, no aumento de áreas protegidas, como parques nacionais, e uma redução
da desflorestação como no caso da floresta Amazónia. A uma escala global, a
emissão de gases poderá duplicar nos próximos 50 anos, o que causaria uma
subida da temperatura média de pelo menos três graus de hoje até o fim do
século, lamenta o PNUMA.
Um
total de 24 objetivos não registaram nenhum progresso nem retrocesso nas
últimas duas décadas. A organização ilustra a urgência em promover uma
transição radical em direção a uma economia verde, que permita reduzir as
emissões de carbono, proteger os recursos naturais e gerir os empregos,
insistiu o chefe do PNUMA.
Precedida
por uma série de reuniões e encontros informais, a Rio+20, que começa na
próxima quarta-feira, 13 de junho, vai reunir cerca de 50 mil especialistas,
representantes governamentais, empresários e ativistas, para discutir o futuro
do planeta. A economia verde, como marco de um desenvolvimento sustentável e da
erradicação da pobreza, vão estar no centro conferência, cujos debates mais
importantes decorrem entre 20 e 22 de junho, com a realização da cimeira da ONU
e a presença de líderes políticos.
(Este artigo foi escrito ao
abrigo do novo acordo ortográfico)
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