A agência LUSA deu-nos conta recentemente de um estudo que nos deve preocupar e que põe em causa a inércia dos vários governos das nações mais desenvolvidas do Mundo. Não vai ser possível continuarmos assim. Será que ainda iremos a tempo?!...
O
aumento da procura de recursos, consequência do crescimento da população, e o
elevado consumo exercem "enormes pressões" sobre a biodiversidade e
"ameaçam a segurança, saúde e bem-estar" no futuro, conclui.
"Estamos
a viver como se tivéssemos um planeta extra à nossa disposição, usamos 50% mais
recursos do que a Terra pode produzir de forma sustentável e, se não mudarmos
esse rumo, este número vai crescer rapidamente - em 2030 dois planetas não
serão suficientes", alerta o diretor geral da WWF Internacional, Jim
Leape, citado em comunicado.
A
diferença entre países ricos e pobres é sublinhada. Aqueles com altos
rendimentos têm uma pegada ecológica, em média, cinco vezes maior do que os
países de baixos rendimentos.
Entre
os 10 países com maior pegada ecológica estão os Emirados Árabes Unidos, a
Dinamarca, os Estados Unidos, a Bélgica, a Austrália, a Holanda e a Irlanda.
Portugal está na 39.ª posição, em 233 países.
A
pegada ecológica dos portugueses é de 4,12 hectares por pessoa, o que equivale
a 2,32 planetas, se toda a população mundial tivesse um estilo de vida igual
aos portugueses.
O
Relatório Planeta Vivo, publicado de dois em dois anos, utiliza o Índice Global
Planeta Vivo para medir as mudanças na saúde dos ecossistemas do planeta,
avaliando 9.000 populações de mais de 2.600 espécies.
Os
resultados apontam para quase 30% de queda desde 1970, sendo os trópicos os
mais atingidos, com um declínio de 60% em menos de 40 anos.
"Enquanto
a biodiversidade revela uma tendência decrescente, a pegada ecológica aumenta,
ilustrando bem como a nossa crescente procura pelos recursos naturais se tornou
insustentável", salienta a WWF, organização internacional para a
conservação da natureza.
O
relatório deste ano é lançado a partir da Estação Espacial Internacional, pelo
astronauta André Kuipers, especialista que contribui com uma perspetiva do
estado do planeta a partir da missão na Agência Espacial Europeia.
"Daqui
de cima, posso ver a pegada da humanidade, os incêndios florestais, a poluição
do ar e a erosão, desafios que se colocam ao nosso Planeta", disse André
Kuipers, citado no comunicado da WWF.
"Este
relatório é como um 'check-up' planetário, e os resultados indicam que temos um
planeta muito doente", salienta o diretor do Programa de Conservação da
Sociedade Zoológica de Londres, Jonathan Baillie.
O
documento lista 16 prioridades que passam pela alteração dos padrões de
consumo, a valorização económica do capital natural ou a criação de estruturas
legais e políticas para promover a gestão do acesso equitativo à água,
alimentos e energia.
O
relatório, lançado cinco semanas antes da conferência Rio+20 das Nações Unidas
sobre sustentabilidade, aponta também o impacto da urbanização, pois estima-se
que, em 2050, duas em cada três pessoas vão viver numa cidade, e evidencia a
necessidade de a humanidade desenvolver "novas e melhores formas de
gerir" os recursos naturais.
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