Os
caçadores e os madeireiros estão a prejudicar as florestas tropicais, mas
também a poluição do ar e da água, a par da crescente presença humana. Quem
está a sofrer é a biodiversidade global!...
De
acordo com um estudo publicado na revista Nature, a perturbação do habitat, a
caça e a indústria madeireira continuam a provocar a diminuição da
biodiversidade nas florestas tropicais. Estas florestas são consideradas,
biologicamente, as áreas mais ricas do planeta.
“A
rutura rápida das florestas tropicais, provavelmente, coloca em perigo a
biodiversidade global mais do que qualquer outro fenómeno contemporâneo,"
escreveu a equipa de cientistas. "Várias áreas protegidas nos trópicos são
vulneráveis à invasão humana e outros stresses ambientais.”
Para
além destes problemas “a poluição do ar e água, aumento da densidade da
população humana e alterações climáticas” também constituem uma ameaça, apesar
do seu impacte ser mais fraco ou indireto.
De
forma a avaliar o estado das áreas protegidas do mundo, a equipa analisou dados
de 60 áreas, baseados em “262 entrevistas detalhadas de biólogos de campo
sénior e cientistas ambientais, que tinham em média mais de duas décadas de
experiência.”As áreas estudadas estão distribuídas por 36 países de África,
Ásia e América do sul.
A
equipa liderada por William Laurance, da Universidade James Cook, na Austrália,
concluiu que as atividades fora das áreas protegidas têm um impacte na
resiliência da biodiversidade dentro das áreas protegidas.
As
descobertas sugerem que “a proteção da biodiversidade envolve mais do que
apenas salvaguardar as reservas. Em muitos casos, as paisagens e habitats que
envolvem as reservas estão sobre ameaça iminente.”
“Por
exemplo, 85% das reservas [analisadas] sofreram declínios na área ocupada
pela floresta envolvente [nos últimos] 20 a 30 anos, e apenas 2% registaram
aumentos. Não é suficiente [proteger] o interior enquanto se ignora as
paisagens envolventes, que estão a ser desflorestadas e degradadas rapidamente
ou a sofrer caça excessiva.”
Segundo
os autores do estudo, esta descoberta suscita grande preocupação uma vez que
estas áreas são vista como o último refúgio para muitas espécies ameaçadas de
extinção.
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