A crise económica que já se arrasta em muitos países do velho continente há 4 anos, tem impedido a entrada dos jovens no mercado de trabalho. A precariedade, os recibos verdes, os baixos salários e uma geração das mais qualificadas de sempre criam os demais "condimentos" para o surgimento de uma crescente contestação, a que se seguirá uma maior radicalização [dos jovens] e a absoluta descrença nas instituições e na democracia representativa.
No século passado foram muitas das visões políticas mais radicais que faliram, que soçobraram, agora o que está a acontecer é que o modelo de mercado, não se consegue auto regular, está cego pelo rendimento e/ou pela produtividade máximos e perdeu os valores sociais que nortearam durante décadas a nossa vida neste espaço comunitário.
A actual geração política já não viveu a última guerra mundial, não valoriza devidamente a paz e o desenvolvimento que o espaço europeu propiciou, deixou de ser solidária e, em muitos casos, foi incompetente, instigou o facilitismo por razões eleitorais e vê-se a braços com gastos que ultrapassam largamente a capacidade de gerar riqueza. Falharam!
O caminho é de ruptura e o mínimo que se lhes exige - que devemos também exigir a nós próprios - é que envolvam os jovens nas estruturas partidárias, nas organizações de poder, nas empresas, nas associações, na nossa vida colectiva, pois de outro modo não os estamos a valorizar e não os estamos a preparar para receberem a condução do destino deste planeta.
Não vale assobiar para o lado e fingir que nada está a acontecer. A maioria de nós vai ter de ajudar com ideias, com empenho, com empreendedorismo, com rigor, com tolerância e com muita coragem!...
O secretário-geral das Nações Unidas alertou hoje que a juventude atual, particularmente afetada pela crise económica mundial, corre o risco de se transformar numa "geração perdida" se não forem tomadas medidas urgentes.
Numa mensagem a propósito do Dia Internacional da Juventude, que se assinala no domingo, Ban Ki-moon apela por isso aos governos, ao setor privado, à sociedade civil e às universidades que "abram as portas" aos jovens e reforcem parcerias com organizações lideradas por jovens.
"Vamos apoiar os jovens do nosso mundo para que eles se tornam adultos que criem gerações de líderes ainda mais produtivos e poderosos", diz o secretário-geral. Para o responsável máximo da ONU, a atual geração de jovens é a maior que o mundo jamais conheceu, mas muitos, "incluindo aqueles que são altamente qualificados, têm salários muito baixos, estão em empregos sem futuro ou desempregados". "A crise económica mundial atingiu mais gravemente a juventude e muitos estão compreensivelmente desanimados por causa das desigualdades crescentes", pode ler-se na mensagem.
Sublinhando que o trabalho com os jovens e para os jovens é uma das suas principais prioridades, Ban Ki-moon considera a juventude "uma força transformadora": "São criativos, engenhosos e agentes entusiastas da mudança, quer seja na praça pública, quer no ciberespaço". E recorda que, tanto nos seus "esforços para alcançar a liberdade, democracia e a igualdade", como na sua mobilização em torno da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio +20, "a juventude demonstrou uma vez mais, energicamente, a sua capacidade e o desejo de inverter o curso da história mundial".
Ban Ki-moon recorda que as aspirações dos jovens "vão muito além do emprego" e defende que é preciso "ouvir e dialogar com os jovens". "Chegou a hora de integrar as vozes de jovens de forma mais significativa em processos de decisão a todos os níveis", diz o secretário-geral da ONU, deixando o aviso: "A juventude pode determinar se nesta era nos movemos em direção a um maior perigo ou em direção a uma mudança positiva".
O relatório do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) sobre a situação da População Mundial em 2012, publicado em outubro, revelou que nunca houve tantos jovens no mundo. Segundo o documento, os jovens representam quase metade dos sete mil milhões de cidadãos do mundo.
Na apresentação do relatório em Lisboa, Tânia Patriota, que representava o diretor-executivo daquele organismo, Babatunde Osotimehin, considerou necessário "atuar com rapidez para preparar os jovens" para assumirem papéis relevantes na sociedade. "Uma das grandes mensagens do relatório é que a juventude é um bónus, é um dividendo e tem de ser aproveitada mais do que nunca", reiterou na altura a responsável.
Lusa
perdida e sem uma luz ao fundo do túnel...
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