1ª equipa de futebol em Salvaterra de Magos - Estrela Futebol Clube (antecessor do Clube Desportivo Salvaterrense) - (in http://historiadesalvaterra.blogs.sapo.pt/)
Esta
reunião extraordinária da Assembleia de Freguesia (AF) de Salvaterra de Magos
teve por ponto único a Reorganização Administrativa Territorial Autárquica
(Proposta de lei 44/XII).
O Presidente
da Junta de Freguesia, Sr. João Nunes (BE), fez uma introdução à temática,
lembrando o título de uma entrevista de António Capucho (ex-autarca e militante
PSD) –
que curiosamente também publicámos neste espaço – onde se afirma que esta proposta de reforma “É uma palhaçada”. O Presidente de Junta
afirmou que estamos perante uma proposta de lei que não vai resolver nada, que
discorda da redução do número das nossas freguesias de 6 para 3 e que, no nosso
caso, se devia manter a actual estrutura territorial. Fez um breve resumo do
Encontro Nacional de Freguesias que teve lugar no passado fim-de-semana, onde
foi decidido convocar uma manifestação pela defesa das freguesias para o
próximo dia 31 de Março.
Foi apresentada – e
aprovada por todos com a abstenção do deputado de freguesia da CDU - uma proposta de apelo – previamente
acordada por todos os 6 presidentes de junta do concelho de Salvaterra de Magos
– a enviar ao Governo, à Assembleia da República e aos grupos parlamentares,
para que não se reduza a metade o número das nossas freguesias, até porque
nenhuma força partidária previu nos seus programas eleitorais autárquicos a
extinção ou agregação de freguesias e ainda porque esta medida vai prejudicar
as pessoas. O apelo vai no sentido de que as agregações não tenham carácter
obrigatório e as populações possam decidir sobre o caminho que queiram seguir.
O
deputado de freguesia Sr. Abílio Rodrigues (CDU) informou a Assembleia que está contra
esta redução, que integra o Movimento Unitário Ribatejo Freguesias Sim. Apelou
à unidade de todos nesta luta e não concorda que cada força partidária esteja a
tomar uma posição individualizada. O Presidente da Assembleia de Freguesia, Sr.
Arménio Andrade, (BE) informou-o de que os documentos em debate na Assembleia,
depois de aprovados, passariam a ser a decisão dos autarcas da freguesia.
Os
deputados de freguesia socialistas (São Serafim, Carlos Lima e Fernando Conde) apresentaram uma moção sobre esta
matéria - que foi aprovada por todos com a abstenção do deputado de freguesia
CDU – e que se reproduz de seguida.
MOÇÃO - Contra a redução do número de freguesias
1. É consensual afirmar que esta reorganização administrativa
territorial autárquica não ocasiona qualquer poupança relevante às despesas do
Estado, pois até a própria Proposta de Lei 44/XII do Governo afirma: “A
racionalização do número de autarquias locais não visa uma redução da despesa
pública a elas afecta (…)”.
2. É sabido que esta proposta do Governo não está a ser feita
com as populações, nem com os autarcas, pois a sua vontade, os seus pareceres e
as suas sugestões não vinculam a decisão final.
3. É público que os critérios fixados no Documento Verde -
proposta inicial que foi publicitada e defendida pelo Ministro Miguel Relvas –
não são os que o Governo propôs e que a maioria PSD/CDS na Assembleia da República
aprovou na generalidade, o que evidencia a fragilidade da argumentação invocada
para reduzir o número das freguesias.
4. É inexplicável que neste ziguezaguear do Governo possam ser
consideradas, como razoáveis, propostas que penalizam mais os concelhos que foram
criteriosos e cuidadosos na criação das suas freguesias. O Documento Verde
reconhecia a dimensão e a sensatez da nossa divisão territorial em 6
freguesias, pois não suprimia nenhuma, poucos dias depois a Proposta 44/XII, do
mesmo Governo, quer fazer desaparecer metade das nossas freguesias, usando os
mesmos argumentos que antes aplicavam para as ter mantido.
5. A redução do número de freguesias distancia os eleitores dos
eleitos, prejudica a política de proximidade que o actual modelo de organização
territorial assegurou, com êxito, há várias décadas e está a contribuir para
desunir, para exorbitar bairrismos, para conflituar, numa altura em que o País
não precisa deste tipo de divisões.
Assim, a Assembleia de Freguesia de Salvaterra de Magos
reunida em 14/o3/ 2012:
1. Rejeita os critérios constantes da
Proposta de Lei nº 44/XII - Reorganização Administrativa Territorial Autárquica
– que determinam a redução a metade do número de freguesias do concelho de
Salvaterra de Magos;
- Apoia a recolha de
assinaturas junto da população da freguesia - e em todo o concelho - com
vista à condenação do conteúdo da Proposta de Lei nº 44/XII;
- Decide aderir à
manifestação, organizada pela ANAFRE, de cariz cultural, etnográfica, demonstrativa
das raízes, da riqueza e da representatividade das Freguesias, a realizar
no próximo dia 31 de Março, em Lisboa.
- Remete
a presente moção a Suas Excelências o Presidente da República, o
Primeiro-ministro e ao Ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, aos
Grupos Parlamentares da Assembleia da República, à Associação Nacional de
Municípios Portugueses, à ANAFRE, à Câmara e Assembleia Municipal, às
demais freguesias do concelho de Salvaterra de Magos e à comunicação
social.
Salvaterra de Magos, 14 de Março,
de 2012
O Grupo de autarcas socialistas da
freguesia
Foi também votada por maioria (com a
abstenção da CDU) uma proposta BE, discutida previamente com os seis
presidentes de junta do concelho, no sentido de se recolherem 4 a 5 mil assinaturas para formular uma petição à
Assembleia da República para que este tema da redução de freguesias no nosso
concelho possa subir a sessão plenária do Parlamento. Nesta recolha de
assinaturas procurar-se-á integrar as centenas de assinaturas já constantes dos
abaixo-assinados em curso nas freguesias lideradas por autarcas socialistas
(Glória do Ribatejo, Marinhais e Muge).
De facto o deputado de freguesia eleito pela CDU tem toda a razão, estão-se a tomar posições individualizadas. O BE apresenta-se em sessões que pouco ou nada esclarecem. O PS através dos seus presidentes de Junta faz abaixo assinados contra a extinção das freguesias.
ResponderEliminarEstando todos de acordo e todos contra a extinção das freguesias porque não se consegue formar um movimento que integre todas as forças politicas PS, BE, CDU e inclusive PSD na contestação a esta lei.
Parece que querem todos ficar bem na fotografia
Na apreciação que faz caro anónimo faltam-lhe alguns dados e, em minha opinião, tirou uma conclusão errada.
ResponderEliminarO deputado de freguesia da CDU fez o que entendeu ser o melhor naturalmente, agora ninguém entende que mesmo que estejamos divididos na acção estamos unidos nos propósitos. Foi isso que os autarcas de freguesia do BE e do PS demonstraram aprovando todos os documentos.
Leia a moção acima e veja se ela não reflecte/resume a posição que todos temos. Devia-a ter votado favoravelmente. Ao não fazê-lo, na minha opinião (e como mero observador, naturalmente) fez mal. E fez ainda pior porque não apresentou a votação qualquer outra solução que estivesse em condições de votar, podia ser que os demais autarcas de freguesia presentes a tivessem votado unanimemente.
No final o que ficou foi que os autarcas da freguesia de Salvaterra de Magos (e não são referidos quaisquer partidos) não votaram unanimemente a oposição aos actuais critérios de extinção/agregação de freguesias. Foi isso que ficou como saldo desta reunião.
Os dados que lhe faltam é que os vereadores e o deputado Nuno Antão sugeriram a união de que fala, seja na Câmara, seja na AM, seja em vários escritos, pediram a realização de um Plenário de Autarcas que reunisse os deputados de freguesia e os municipais e os respectivos executivos. A maioria preferiu seguir um caminho diferente, foi pena. Restou aos autarcas socialistas intervirem aos diferentes níveis dos órgãos autárquicos, manifestando a sua discordância a esta dita "reorganização administrativa" e os presidentes de junta distribuíram pelas populações informações/comunicados sobre o evoluir da situação, recolherem assinaturas da população insurgindo-se com o que está a acontecer e convocando as respectivas Assembleias de Freguesia.
Certamente que todos vamos convergir na manifestação que vai acontecer em Lisboa no dia 31 de Março, tal como é referido na moção acima.