Na
altura em que se falou na comunicação social regional, na possibilidade de os
capitais próprios da empresa intermunicipal Águas do Ribatejo, poderem vir a ser
parcialmente privatizados, afirmei - e até hoje não vi qualquer razão para alterar
essa linha de pensamento – que era contra a privatização de um bem fundamental
à vida, como é o caso da água, ainda mais quando todos sabemos que ele é
escasso e que, por essa razão, a tendência é para que o seu preço seja cada vez
mais elevado.
Depositar
nas mãos de privados, ainda mais quando não há a possibilidade de uma concorrência
salutar, a gestão e a distribuição de água junto das populações, é
um risco que não estou disposto a correr.
As
entidades públicas não buscam o lucro, logo o que se lhes exige para que consigam
um preço/m3 mais barato, é que tenham uma gestão eficiente. Quem não for capaz de a
assegurar deve sair ou ser substituído por outro mais capacitado. O que não pode suceder é desistir de o tentar, “empurrando” este bem essencial à nossa sobrevivência para a gestão privada. Ainda mais porque, se isso acontecesse, o dinheiro público não seria poupado pois teríamos de o dispender criando infraestruturas e mecanismos de regulação de preço e de
qualidade, o que acabaria por ser um novo encargo que só iria onerar mais o tarifário da água.
Prefiro uma
solução mais "tradicional", ou "conservadora" se quiserem, mas cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. É uma questão
de bom senso, e uma forma de prevenir abusos!...
António Borges, o consultor
do Governo para as privatizações, anunciou recentemente que a da água se
encontra "muito bem encaminhada". Se for assim e o Governo levar por
diante aquela que é talvez a mais polémica da lista de privatizações suscita
muitas objeções ao CDS e a recusa frontal da oposição, o debate acabará por
fazer-se num ano especialmente dedicado à água.
Mas com propósitos bem
diferentes: a ONU declarou 2013 o Ano Internacional da Cooperação da Água.
Alertar para os riscos da
privatização não é exatamente aquilo que a ONU se propõe com esta iniciativa.
Mas as Nações Unidas querem debater de que forma este recurso que ameaça
tornar-se cada vez mais escasso terá de ser gerido, para que seja salvaguardada
a qualidade de vida das "populações mais pobres e vulneráveis".
Catarina Albuquerque, a
portuguesa que é relatora especial da ONU sobre Direito à Água, congratula-se
que, cinco anos antes do prazo fixado pelas Nações Unidas para atingir os seus
Objetivos do Milénio, já tenha sido conseguida uma das metas que eram mais
importantes: reduzir para metade o número de pessoas que, em todo o mundo,
ainda não têm acesso a este recurso. Muitos dos progressos verificaram-se na
China e na Índia.
Neste ano especial, a ONU
pretende conseguir um acordo mundial sobre a maneira como deve ser gerida a
água de forma a que chegue para toda a população e para todos os fins desde o
consumo doméstico à agricultura.
Catarina Albuquerque
considera que a privatização não constitui em si mesma uma violação do direito
à água. "Mas acarreta riscos acrescidos", reconhece. "São
precisas garantias de que os preços não disparam.
E na Califórnia (EUA) já
assisti a casos em que as pessoas tinham de escolher entre pagar a conta da
água ou a do supermercado".
Esta investigadora está a
preparar o seu relatório para 2013, dedicado a um tema que não pode deixar de
ser levado em conta, no caso de privatização: O Efeito das Crises Económicas no
Direito à Água.
Ler mais: http://visao.sapo.pt/um-ano-que-vai-fazer-correr-muita-agua=f705296#ixzz2HJNyVYxM
o próximo passo seria uma taxa sobe o oxigénio consumido?
ResponderEliminarTudo tem um limite, o planeta é de todos que cá vivem os recursos tbm o devem ser.