Ontem,
6ª feira, assinalou-se do Dia Mundial da Pessoa com Alzheimer, daí que
publiquemos hoje um artigo que a “Renascença” divulgou on line sobre esta problemática.
A
dificuldade que todos temos em lidar com esta doença para a qual não existe ainda
cura, justifica de algum modo a divulgação desta notícia, que inclui a
identificação de alguns sinais de alerta.
Assinala-se
esta sexta-feira o Dia Mundial da Pessoa com Alzheimer, uma doença que se
revela por perdas progressivas de memória e que afecta, sobretudo, pessoas com
mais de 60 anos. Como ainda não se conhece cura, é na prevenção que
se pode apostar e o café parece ter aí um papel importante.
“Aparentemente, quem bebe mais café tem uma menor susceptibilidade de vir a
desenvolver este tipo de problemas demenciais”, refere à Renascença o
especialista Rodrigo Cunha, da Faculdade de Medicina de Coimbra.
A conclusão é de um estudo recente, publicado no “Journal of Alzheimer’s
Disease”. Rodrigo Cunha sublinha que “há muito trabalho ainda a fazer”, mas
admite que se pode recomendar a ingestão de dois ou três cafés por dia.
“Nesta altura, é a recomendação mais simples de transmitir. Os locais no nosso
cérebro onde actua a cafeína para nos dar este benefício, aparentemente, são
distintos em diferentes pessoas. Portanto, a dose óptima de café terá de ser
optimizada indivíduo a indivíduo, na certeza de que há pessoas que são
intolerantes ao consumo de café”, explica.
De acordo com uma investigação norte-americana, o benefício da cafeína
estende-se às fases iniciais da doença.
“Foi muito recentemente demonstrado por um colega americano que a presença de
níveis mais elevados de cafeína no sangue de um indivíduo (significando que
consome mais café) aparentemente atrasa o desenvolvimento de uma situação
pré-demencial – a que se dá o nome de défice cognitivo ligeiro – para o
estabelecimento de uma doença de Alzheimer mais gravosa”, afirma o especialista
do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra.
Os dados disponíveis sugerem que a prevalência de Alzheimer em Portugal “ande
sensivelmente à volta de 12% da população com 65 anos”, sendo que “a
prevalência aumenta de modo exponencial com o aumento da idade da população”.
“Tendo em conta que estamos a assistir ao envelhecimento da população, é óbvio
que estamos a falar de uma incidência crescente na população portuguesa”,
sublinha Rodrigo Cunha.
Exercícios para a mente
e para o corpo
Além do café, há outras acções que ajudam a prevenir ou retardar a doença,
que é neurodegenerativa. Entre elas, o exercício da mente.
“Uma vida activa do ponto de vista de utilização de capacidades cognitivas;
aprender, interessar-se; a motivação, a atenção por vários problemas que estão
à volta”, indica o especialista da Faculdade de Coimbra.
O “exercício físico regular [também] tem e apresenta um benefício claro em
termos da prevalência da doença”, acrescenta.
Por outro lado, é importante estar atento a alguns factores que podem
contribuir para o aparecimento da demência, como “problemas arterioscleróticos
e diabetes”.
Sinais de alerta
As pequenas perdas de memória são os primeiros sinais da doença de
Alzheimer. Sendo progressiva, não é preciso recorrer logo ao médico quando se
esquece onde pôs as chaves, apenas estar atento a um eventual aumento dos
episódios de esquecimento.
“Não me lembro onde pus as chaves, já não me lembro onde deixei o carro no
estacionamento, esqueci-me deste compromisso que tinha a esta hora. Começa por
aí, por estas queixas e observações”, que não são, “necessariamente, indicação
de uma situação de demência”, afirma Rodrigo da Cunha.
“Acima de tudo, é cada pessoa ter a percepção de que, à medida que o tempo
passa, cada vez se agudiza mais este tipo de situações. Estamos a falar de uma
doença evolutiva e, como tal, é o aumento destas queixas com o tempo que deve
dar um sinal de cuidado para começar a avaliar se, sim ou não, estamos perante
uma implementação de uma situação de demência”, explica.
O Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer é assinalado com várias
iniciativas, levadas a cabo pela associação Alzheimer Portugal em todo o país.
Sem comentários:
Enviar um comentário