sábado, 22 de setembro de 2012

SABER UM POUCO MAIS SOBRE A ALZHEIMER


Ontem, 6ª feira, assinalou-se do Dia Mundial da Pessoa com Alzheimer, daí que publiquemos hoje um artigo que a “Renascença” divulgou on line sobre esta problemática.
A dificuldade que todos temos em lidar com esta doença para a qual não existe ainda cura, justifica de algum modo a divulgação desta notícia, que inclui a identificação de alguns sinais de alerta.


Assinala-se esta sexta-feira o Dia Mundial da Pessoa com Alzheimer, uma doença que se revela por perdas progressivas de memória e que afecta, sobretudo, pessoas com mais de 60 anos. Como ainda não se conhece cura, é na prevenção que se pode apostar e o café parece ter aí um papel importante. 

“Aparentemente, quem bebe mais café tem uma menor susceptibilidade de vir a desenvolver este tipo de problemas demenciais”, refere à Renascença o especialista Rodrigo Cunha, da Faculdade de Medicina de Coimbra. 
A conclusão é de um estudo recente, publicado no “Journal of Alzheimer’s Disease”. Rodrigo Cunha sublinha que “há muito trabalho ainda a fazer”, mas admite que se pode recomendar a ingestão de dois ou três cafés por dia. 
“Nesta altura, é a recomendação mais simples de transmitir. Os locais no nosso cérebro onde actua a cafeína para nos dar este benefício, aparentemente, são distintos em diferentes pessoas. Portanto, a dose óptima de café terá de ser optimizada indivíduo a indivíduo, na certeza de que há pessoas que são intolerantes ao consumo de café”, explica. 
De acordo com uma investigação norte-americana, o benefício da cafeína estende-se às fases iniciais da doença. 
“Foi muito recentemente demonstrado por um colega americano que a presença de níveis mais elevados de cafeína no sangue de um indivíduo (significando que consome mais café) aparentemente atrasa o desenvolvimento de uma situação pré-demencial – a que se dá o nome de défice cognitivo ligeiro – para o estabelecimento de uma doença de Alzheimer mais gravosa”, afirma o especialista do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra. 
Os dados disponíveis sugerem que a prevalência de Alzheimer em Portugal “ande sensivelmente à volta de 12% da população com 65 anos”, sendo que “a prevalência aumenta de modo exponencial com o aumento da idade da população”.

“Tendo em conta que estamos a assistir ao envelhecimento da população, é óbvio que estamos a falar de uma incidência crescente na população portuguesa”, sublinha Rodrigo Cunha.

Exercícios para a mente e para o corpo 
Além do café, há outras acções que ajudam a prevenir ou retardar a doença, que é neurodegenerativa. Entre elas, o exercício da mente. 
“Uma vida activa do ponto de vista de utilização de capacidades cognitivas; aprender, interessar-se; a motivação, a atenção por vários problemas que estão à volta”, indica o especialista da Faculdade de Coimbra. 
O “exercício físico regular [também] tem e apresenta um benefício claro em termos da prevalência da doença”, acrescenta. 
Por outro lado, é importante estar atento a alguns factores que podem contribuir para o aparecimento da demência, como “problemas arterioscleróticos e diabetes”. 

Sinais de alerta 
As pequenas perdas de memória são os primeiros sinais da doença de Alzheimer. Sendo progressiva, não é preciso recorrer logo ao médico quando se esquece onde pôs as chaves, apenas estar atento a um eventual aumento dos episódios de esquecimento.
“Não me lembro onde pus as chaves, já não me lembro onde deixei o carro no estacionamento, esqueci-me deste compromisso que tinha a esta hora. Começa por aí, por estas queixas e observações”, que não são, “necessariamente, indicação de uma situação de demência”, afirma Rodrigo da Cunha. 
“Acima de tudo, é cada pessoa ter a percepção de que, à medida que o tempo passa, cada vez se agudiza mais este tipo de situações. Estamos a falar de uma doença evolutiva e, como tal, é o aumento destas queixas com o tempo que deve dar um sinal de cuidado para começar a avaliar se, sim ou não, estamos perante uma implementação de uma situação de demência”, explica.
O Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer é assinalado com várias iniciativas, levadas a cabo pela associação Alzheimer Portugal em todo o país.

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