domingo, 9 de setembro de 2012

REPARAR OS CORAIS


Cada vez que a tecnologia é colocada ao serviço da sustentabilidade do planeta aumentam os motivos para crermos no futuro da humanidade e para voltarmos  a ter esperança. A Terra foi-nos confiada pelos nossos pais e avós, a nossa primeira obrigação é transmiti-la “sem dano” para nossos filhos e netos. Se não o conseguirmos, falhámos!...


Embora a maior parte dos corais esteja associado às regiões tropicais, este tipo de animal e os recifes que forma podem também ser encontrados noutras zonas do globo.
Na Escócia, por exemplo, ocorrem nas águas profundas várias espécies semelhantes às de águas tropicais. Os recifes fornecem abrigo a muitos outros animais, como é o caso de vários peixes de interesse comercial, contribuindo para manter os stocks pesqueiros, para a proteção costeira e, ainda, gerando turismo, o que resulta num contributo anual para a Economia deste país de cerca de 40 milhões de libras.
Torna-se por isso essencial recuperar os recifes quando são danificados quer pela ação humana, como consequência da prática de pesca de arrasto, quer por fenómenos atmosféricos como furacões.
Até à data esta tarefa, que implica a recolha dos fragmentos de coral e a sua recimentação nos recifes, era cumprida por mergulhadores. No entanto, a realização desta atividade por humanos apresenta várias limitações: por um lado, a permanência debaixo de água é condicionada pelo volume de oxigénio nas botijas com que os mergulhadores são equipados; e, por outro, não é possível a reparação de corais a elevadas profundidades que não podem ser atingidas por vulgares mergulhadores.
Para superar estas dificuldades, investigadores de diferentes áreas científicas da Universidade de Heriot-Warr, estão a colaborar num projeto inovador que tem como objetivo a criação de robots subaquáticos vocacionados para a reparação de corais.
Os “coralbots” são robots programados para realizar tarefas muito simples – como procurar fragmentos de coral, distinguindo-os de rochas, lixo ou esponjas e colá-los no recife – mas têm a particularidade de trabalhar em grupo.
David Corne, investigador envolvido na iniciativa, explica “Este projeto explora um dos mais intrigantes e impressionantes feitos da “inteligência coletiva” natural, através do qual conjuntos de indivíduos com mentes simples colaboram para construir estruturas complexas e funcionais”.
A ideia é que os “coralbots” funcionem como enxames de abelhas, ou como as térmitas que colaboram para construir um termiteiro. Segundo os cientistas, as vantagens da utilização dos “coralbots” são várias: eliminam a necessidade de construção de um robot maior e mais complexo; se um robot sofrer danos o seu trabalho pode ser feito por um dos outros de modo a não colocar em causa a conclusão da tarefa; permitem a reparação de corais tanto a baixas como a elevadas profundidades e ainda tornam possível a aceleração de todo o processo de recuperação dos corais após a sua danificação, como revela Lea-Anne Henry, outra cientista envolvida no projeto “Enxames de robots poderiam ser instantaneamente enviados após um furacão ou para uma zona profunda que se sabe ter sofrido o impacto da pesca de arrasto, e reconstruir o recife em dias-semanas, em vez de anos ou séculos”, como aconteceria se a recuperação ocorresse apenas de forma natural.
Embora os “coralbots” estejam a ser desenvolvidos na Escócia, poderão atuar em qualquer outra zona do globo onde seja útil a sua intervenção.

Sem comentários:

Enviar um comentário