Cada
vez que a tecnologia é colocada ao serviço da sustentabilidade do planeta
aumentam os motivos para crermos no futuro da humanidade e para voltarmos a ter esperança. A Terra foi-nos confiada
pelos nossos pais e avós, a nossa primeira obrigação é transmiti-la “sem dano”
para nossos filhos e netos. Se não o conseguirmos, falhámos!...
Embora
a maior parte dos corais esteja associado às regiões tropicais, este tipo de
animal e os recifes que forma podem também ser encontrados
noutras zonas do globo.
Na
Escócia, por exemplo, ocorrem nas águas profundas várias espécies semelhantes
às de águas tropicais. Os recifes fornecem abrigo a muitos outros animais, como
é o caso de vários peixes de interesse comercial, contribuindo para manter os
stocks pesqueiros, para a proteção costeira e, ainda, gerando turismo, o que
resulta num contributo anual para a Economia deste país de cerca de 40 milhões
de libras.
Torna-se
por isso essencial recuperar os recifes quando são danificados quer pela ação
humana, como consequência da prática de pesca de arrasto, quer por fenómenos
atmosféricos como furacões.
Até
à data esta tarefa, que implica a recolha dos fragmentos de coral e a sua
recimentação nos recifes, era cumprida por mergulhadores. No entanto, a
realização desta atividade por humanos apresenta várias limitações: por um
lado, a permanência debaixo de água é condicionada pelo volume de oxigénio nas
botijas com que os mergulhadores são equipados; e, por outro, não é possível a
reparação de corais a elevadas profundidades que não podem ser atingidas por
vulgares mergulhadores.
Para
superar estas dificuldades, investigadores de diferentes áreas científicas da
Universidade de Heriot-Warr, estão a colaborar num projeto inovador que tem
como objetivo a criação de robots subaquáticos vocacionados para a reparação de
corais.
Os
“coralbots” são robots programados para realizar
tarefas muito simples – como procurar fragmentos de coral, distinguindo-os de
rochas, lixo ou esponjas e colá-los no recife – mas têm a particularidade de
trabalhar em grupo.
David
Corne, investigador envolvido na iniciativa, explica “Este projeto explora um
dos mais intrigantes e impressionantes feitos da “inteligência coletiva”
natural, através do qual conjuntos de indivíduos com mentes simples colaboram
para construir estruturas complexas e funcionais”.
A
ideia é que os “coralbots” funcionem como enxames de abelhas, ou
como as térmitas que colaboram para construir um termiteiro. Segundo os
cientistas, as vantagens da utilização dos “coralbots” são várias: eliminam a
necessidade de construção de um robot maior e mais complexo; se um robot sofrer
danos o seu trabalho pode ser feito por um dos outros de modo a não colocar em
causa a conclusão da tarefa; permitem a reparação de corais tanto a baixas como
a elevadas profundidades e ainda tornam possível a aceleração de todo o
processo de recuperação dos corais após a sua danificação, como revela Lea-Anne
Henry, outra cientista envolvida no projeto “Enxames de robots poderiam ser instantaneamente
enviados após um furacão ou para uma zona profunda que se sabe ter sofrido o
impacto da pesca de arrasto, e reconstruir o recife em dias-semanas, em vez de
anos ou séculos”, como aconteceria se a recuperação ocorresse apenas de forma
natural.
Embora
os “coralbots” estejam a ser desenvolvidos na
Escócia, poderão atuar em qualquer outra zona do globo onde seja útil a sua
intervenção.
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