A (FALTA DE) SAÚDE NO CONCELHO

Este tema foi suscitado pelos autarcas socialistas na última reunião da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos onde se denunciou o actual estado de coisas e se tenta pressionar os Serviços do Ministério da Saúde (ACES da Lezíria) a colocar mais médicos nos postos de saúde deste concelho.

Em média, no ano de 2010 – dados estatisticos da PORDATA – tínhamos (no Continente) 1.500 habitantes por médico de Centro de Saúde, no SNS. Nesse ano, aqui na Lezíria do Tejo a situação era pior, tínhamos por médico 1.750 pessoas e no nosso concelho – numa altura em que tínhamos 9 médicos e 11 enfermeiros – o rácio era de mais de 2.400 pessoas por médico.

Hoje, dois anos depois, depois de se terem encerrado os postos de saúde do Granho e de Muge, e depois de um dos médicos de Marinhais se ter ido embora para a sua terra natal, na América Latina, já não temos 9 médicos mas apenas 7. Mas mesmo destes apenas 6 estão a trabalhar, pois um dos médicos na Glória do Ribatejo está doente.

Ou seja, actualmente, com apenas 1 médico em Glória do Ribatejo e um outro em Marinhais, com 2 médicos em Salvaterra de Magos, um em Foros de Salvaterra e um outro que é partilhado entre estas duas freguesias, o concelho de Salvaterra de Magos tem 3.700 pessoas por médico, pelo menos o dobro do que devia ter e do que acontece na região. Não há pois equidade de tratamento entre cidadãos do memso País. Estamos disponíveis para partilhar sacrifícios, mas não para ser discriminados pelo SNS.

Mas estes números escondem ainda que:

1. Três freguesias do concelho (Granho, Muge e Glória do Ribatejo) quase 5.500 pessoas, estão actualmente com um médic e brevemente ficarão com nenhum, pois este vai de férias e o outro permanecerá de baixa;
2. Há dois médicos actualmente no activo cuja reforma poderá acontecer a todo o tempo, o que deixaria os Foros de Salvaterra, 5.000 pessoas, sem médico;
3. A freguesia mais populosa do concelho (Marinhais), com mais de 6.000 habitantes, tem apenas um médico ao serviço, pois o outro clínico que ali prestava serviço rescindiu o contrato. A Srª Presidente da Junta de Freguesia de Marinhais informou-nos que contactara a Directora do ACES da Lezíria, a Drª Luísa Portugal, mas esta não lhe apresentou qualquer solução para este problema, limitando-se a dizer que tinha de reunir com os Serviços do Ministério da Saúde em Lisboa para tentar contratar alguém.

Este concelho tem inúmeros desempregados, tem uma população idosa muito significativa, não tem transportes públicos em número e em preço que permitam àqueles cidadãos estar sempre a recorrer ao hospital distrital de Santarém, ainda mais quando as taxas moderadoras punem os que não têm serviços médicos mais próximo de casa.

Não queremos ser alarmistas mas o concelho de Salvaterra de Magos caminha – se nada for feito entretanto - para uma situação de calamidade social. As entidades com responsabilidades nesta matéria têm de agir e rapidamente, antes que a sua inacção cause vítimas entre a nossa população.