Há
medida que vão surgindo estudos sobre os impactos da desflorestação das zonas
tropicais por acção dos homens, crescem as preocupações e diminui a
possibilidade de assegurarmos a sustentabilidade do planeta. Cientistas ingleses
dão-nos, na notícia que seguidamente se reproduz, alguns dados que devem
merecer a nossa atenção.
Uma equipa
de cientistas da Universidade de Leeds e do Centro NERC de Ecologia e
Hidrologia verificou que na maior parte da superfície tropical da Terra o ar
que passa através das extensas florestas produz pelo menos o dobro da chuva que
o ar que passa através de zonas com pouca vegetação.
Os
investigadores estimam que a destruição das florestas tropicais pode reduzir a
chuva da bacia do Amazonas em cerca 21% na estação seca, a partir do ano de
2050.
A equipa utilizou dados de precipitação e vegetação, recolhidos recentemente
por satélites da NASA, junto com um modelo que prevê padrões de ventos
atmosféricos para explorar o impacte das florestas tropicais da Terra.
Os
cientistas estudaram a trajetória das massas de ar que chegam através de
diferentes partes da floresta, para verificar a quantidade acumulada nas folhas
que o ar deslocou durante dez dias. Foi demonstrado que nas zonas com mais vegetação
há mais humidade e chuva.
Dominick
Spracklen da Universidade de Leeds e autor principal do estudo afirma que a
equipa ficou “surpreendida ao verificar que o efeito ocorre com maior
intensidade nos trópicos. O nosso estudo indica que a desflorestação da
Amazónia e das florestas do Congo poderá ter consequências catastróficas em
pessoas que vivem a milhares de quilómetros de distância, nos países vizinhos.”
O
coautor Stephen Arnold, também da Universidade de Leeds, refere que “estes
resultados têm implicações importantes sobre como os decisores políticos devem
considerar os impactes ambientais da desflorestação e os seus efeitos sobre os
padrões da chuva, que não são sentidos apenas localmente, mas também a uma
escala continental.”
Spracklen acrescentou
que os resultados mostram a importância dos esforços para proteger as florestas
tropicais. "O Brasil fez recentemente alguns avanços no abrandamento da
desflorestação na Amazónia. A floresta amazónica mantém precipitações
consideráveis em regiões agrícolas do sul Brasil, enquanto a preservação das
florestas da Bacia do Congo aumentou a precipitação nas regiões do sul de
África, onde a agricultura de sequeiro é importante. "
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