A
miséria, a ambição e até a futilidade estão a condenar os elefantes existentes
no continente africano. Quando já são elementos das forças armadas de diversos
países a assaltar, matar e roubar a situação começa a atingir proporções que
nos faz descrer, até porque não se nos afigura possível alterar o presente
estado de coisas. Se não travarmos o consumo, os elefantes vão acabar por se
extinguir. Uma perda incalculáve!...
No
Garamba National Park, localizado na República Democrática do
Congo, foram mortos 22 elefantes adultos e jovens, muitos com um único tiro no
topo da cabeça. Não há nenhum rastro junto ao local. Foram retiradas apenas as
presas mas nenhuma carne. Normalmente os caçadores furtivos retiram alguma carne
para se alimentarem no caminho de regresso a casa.
Os
elefantes mortos estavam agrupados em círculos, com os jovens no meio,
possivelmente numa tentativa dos adultos protegerem os mais novos. Esta
disposição sugere que foram encurralados pelos caçadores furtivos antes de
serem abatidos. Os guardas dos parques referem que este é um novo método de
ataque.
Alguns
dias depois deste episódio, que ocorreu em Abril deste ano, foi avistado um
helicóptero do exército do Uganda a voar a baixa altitude num voo não
autorizado. Quando foi detetado, saiu da área abruptamente.
Os
guardas do parque, os cientistas e as autoridades do Congo acreditam que o
abate deste grupo de elefantes foi realizado por militares do Uganda, a partir
do helicóptero. O marfim retirado renderá mais de 800 mil euros.
Alguns
dos grupos armados mais famosos de África, como o Lord’s Resistance Army (LRA),
al-Shabab e milícia janjaweed, estão a caçar elefantes e o dinheiro da venda do
marfim é utilizado na compra de armas. Para escoarem o marfim estão a criar
ligações com grupos criminosos organizados de todo o mundo. Cerca de 70% do
marfim ilegal tem como destino o mercado chinês.
Não
só os militares do Uganda são suspeitos destes crimes. Também militares da
República Democrática do Congo e do Sudão do Sul devem estar envolvidos na caça
furtiva de elefantes, assim como, funcionários corruptos de vários países
aos quais é “comprado tempo” para fecharem os olhos.
O
nível de caça furtiva dos elefantes em África atingiu valores recorde em 2011.
No início deste ano 200 elefantes foram mortos nos Camarões, em apenas duas
semanas, atingindo os 500 mortos em 2 meses. Nos últimos cinco anos metade dos
elefantes do Congo foram mortos. A Libéria perdeu 95% dos seus elefantes devido
à caça furtiva desde a década de 1980, quando a proibição internacional sobre o
comércio de marfim entrou em vigor. Anteriormente a esta proibição, metade dos
elefantes de África já tinha desaparecido devido à caça furtiva.
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