(Imagem animada em http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/8e/Pangea_animation_03.gif)
É
uma notícia interessante que nos transporta para um tempo de há duzentos
milhões de anos, quando se iniciou a separação dos continentes que antes
estavam numa grande massa denominada Pangea.
Data
do início do século passado (depois da publicação do livro "A
origem dos Continentes e dos Oceanos", em 1915) a
ideia - que gerou polémica na altura na comunidade científica - de que os
continentes já tinham estado unidos. O seu autor foi o meteorologista alemão
Alfred Wegener que o provou pela semelhança entre os contornos da parte oeste
de África e da costa leste da América do Sul, as “margens” do oceano Atlântico,
mas fundamentalmente por existirem muitas semelhanças entre os fosseis
encontrados na costa brasileira e africana, animais que não seriam capazes de
atravessar o oceano, daí poder concluir-se que em épocas remotas teriam vivido
no mesmo local.
A
expedição do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), em parceria com a Agência
Japonesa de Ciência e Tecnologia da Terra e do Mar (Jamstec), anunciou hoje que
a expedição na região conhecida como Elevado Rio Grande, uma cordilheira
submersa a cerca de 6.500 metros de profundidade, revelou a existência de
granito, rocha continental, onde se pensava existir apenas rochas vulcânicas.
A
descoberta, segundo os investigadores, é um indício de que a cordilheira
submersa possa afinal tratar-se de uma parte da plataforma continental
brasileira, que se desprendeu e afundou com o movimento das placas
tectónicas.
As
provas foram recolhidas graças ao submarino japonês Shinkai 6500, o único no
mundo capaz de descer até 6,5 mil metros de profundidade.
O
tamanho da cordilheira ainda está por definir, mas o diretor de Geologia e
Recursos Minerais do CPRM, Roberto Ventura, estima que possa ser do tamanho do
estado de São Paulo.
De
acordo com o diretor da CPRM, a descoberta de um possível continente perdido é
a maior novidade da expedição.
Os
investigadores suspeitam que se possa tratar de uma parte do continente
sul-americano que caiu ao fundo do oceano durante a separação do Brasil e da
África.
"O
Elevado do Rio Grande sempre foi compreendido como sendo de rochas vulcânicas
(...) mas agora vimos que não são vulcânicas, são continentais", disse
Ventura.
O
responsável adiantou que CPRM vai abrir um concurso nos próximos dois meses
para que uma empresa de perfuração possa recolha mais amostras e confirmar a
existência ou não do continente submerso, algo que só deve acontecer no final
do ano.
Lusa
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