sábado, 18 de maio de 2013

UM CONTINENTE AFUNDADO


É uma notícia interessante que nos transporta para um tempo de há duzentos milhões de anos, quando se iniciou a separação dos continentes que antes estavam numa grande massa denominada Pangea.
Data do início do século passado (depois da publicação do livro "A origem dos Continentes e dos Oceanos", em 1915) a ideia - que gerou polémica na altura na comunidade científica - de que os continentes já tinham estado unidos. O seu autor foi o meteorologista alemão Alfred Wegener que o provou pela semelhança entre os contornos da parte oeste de África e da costa leste da América do Sul, as “margens” do oceano Atlântico, mas fundamentalmente por existirem muitas semelhanças entre os fosseis encontrados na costa brasileira e africana, animais que não seriam capazes de atravessar o oceano, daí poder concluir-se que em épocas remotas teriam vivido no mesmo local.


A expedição do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), em parceria com a Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia da Terra e do Mar (Jamstec), anunciou hoje que a expedição na região conhecida como Elevado Rio Grande, uma cordilheira submersa a cerca de 6.500 metros de profundidade, revelou a existência de granito, rocha continental, onde se pensava existir apenas rochas vulcânicas.
A descoberta, segundo os investigadores, é um indício de que a cordilheira submersa possa afinal tratar-se de uma parte da plataforma continental brasileira, que se desprendeu e afundou com o movimento das placas tectónicas. 
As provas foram recolhidas graças ao submarino japonês Shinkai 6500, o único no mundo capaz de descer até 6,5 mil metros de profundidade. 
O tamanho da cordilheira ainda está por definir, mas o diretor de Geologia e Recursos Minerais do CPRM, Roberto Ventura, estima que possa ser do tamanho do estado de São Paulo.  
De acordo com o diretor da CPRM, a descoberta de um possível continente perdido é a maior novidade da expedição.  
Os investigadores suspeitam que se possa tratar de uma parte do continente sul-americano que caiu ao fundo do oceano durante a separação do Brasil e da África. 
"O Elevado do Rio Grande sempre foi compreendido como sendo de rochas vulcânicas (...) mas agora vimos que não são vulcânicas, são continentais", disse Ventura.  
O responsável adiantou que CPRM vai abrir um concurso nos próximos dois meses para que uma empresa de perfuração possa recolha mais amostras e confirmar a existência ou não do continente submerso, algo que só deve acontecer no final do ano. 
     
Lusa

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