sábado, 17 de dezembro de 2011

A INVASÃO DE GOA


Faz amanhã 50 anos. Uma das primeiras derrotas do Estado-Novo mantém-se, de algum modo, na penumbra. De facto de 18 para 19 de Dezembro de 1961 tropas indianas invadiram e ocuparam os territórios de Goa, Damão e Diu.

Nos dias 17/18 de Dezembro de 1961, durante a denominada Operação Vijaya, 50 000 tropas indianas apoiadas por blindados, artilharia, meios aéros (aviões de combate Canberra) e navais (1 porta-aviões) ocuparam militarmente Goa, Damão e Diu. 

Os 3500 militares portugueses e goeses tinham ordens de Salazar para lutar até à morte, sendo que o chefe-de-estado português comunicou que só esperava como resultado do combate "militares vitoriosos ou mortos". 

Contudo, o Governador Vassalo e Silva apercebeu-se da situação desesperada e perante o avanço dos indianos mandou recuar as forças e destruir todas as pontes e meios militares pelo caminho. 

(Tropas indianas marcham em Goa)

Sem meios aéreos portugueses, a aviação indiana teve tarefa fácil ao destruir a torre de telecomunicações em Bambolim e a base militar em Dabolim. Pouco depois entravam em território de Goa, Damão e Diu as tropas da União Indiana, que ao contrário do que se esperava ainda se depararam com resistência de alguns militares portugueses, nomeadamente em Vasco da Gama, onde 500 militares fortemente armados obrigaram as forças indianas a combate. 


Também a fragata Afonso de Albuquerque entrou em combate à frente da barra de Mormugão, mas foi presa fácil para os modernos navios indianos que a afundaram. 


A destruição de pontes por parte dos portugueses fez também com que a ocupação total se tenha prolongado por mais de 2 dias, porque as tropas indianas não tinham meios para passar os rios de Mandovi (à frente de Pangim), e Zuari (a sul de Pondá). Como tal tiveram de pernoitar à espera de prosseguir em condições e para aceitarem a rendição das forças portuguesas em 19 de Dezembro de 1961.

Registo, neste breve apontamento, a decisão do Governador Vassalo e Silva que contrariou as ordens de Salazar, poupando a vida a milhares de militares portugueses. Essa decisão custou-lhe a carreira militar donde foi expulso, tendo sido reintegrado após o 25 de Abril de 1974.

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