Depois da
última Idade do Gelo acreditava-se que era o ferro, oriundo da plataforma
continental submersa por acção do degelo em resultado da elevação das
temperaturas, que tinha sido o “motor” do surgimento da vida no Oceano Pacífico
(Norte). Hoje, publicamos um estudo que descarta essa teoria.
Os
investigadores acreditam ter resolvido o mistério sobre a causa do despontar da
vida no Oceano Pacífico Norte. A resposta é a combinação perfeita de
nutrientes, luz e águas ricas em ferro.
No
final da última Idade do Gelo, à medida que as temperaturas da Terra começaram
a subir, uma parte do mar no Oceano Pacífico Norte ficou subitamente repleta de
milhares de fitoplânctons, foraminíferos e outras pequenas criaturas.
No
entanto, este aumento da produtividade biológica há cerca de 14 mil anos foi de
curta duração e terminou tão repentinamente quanto começou – apenas algumas
centenas de anos mais tarde. Até agora, os investigadores acreditavam que uma
onda de ferro havia causado o aumento da vida biológica.
Um
novo estudo conduzido por cientistas do Woods Hole Oceanographic Institution
(WHOI) e da Universidade de Bristol defende
que o ferro não desempenhou necessariamente um papel importante no fenómeno.
Foi a combinação perfeita de nutrientes e luz que levou, afinal, à explosão de
vida microscópica no oceano.
A
velha teoria defendia que, à medida que os glaciares derretiam e o nível do mar
subia, partes da plataforma continental eram submersas, conduzindo o ferro para
a água. Esta visão foi apoiada por estudos geológicos que mostraram evidências
de vida em longos cilindros de rocha perfurados no fundo do oceano.
Desta
vez, os investigadores fizeram uma nova interpretação dos sedimentos, incluindo
da amostra GGC-37 – cilindro de rocha de um local perto da Península de
Kamchatka, na Rússia. O objectivo era perceber se o ferro estava presente na
altura em que se registou o aumento de vida no oceano.
Phoebe
Lam, co-autora do estudo,
disse: “Vimos que o fluxo de ferro durante os períodos glaciais foi
realmente muito elevado e que caiu durante o degelo. Não vimos qualquer
evidência de um pulso de ferro antes deste pico de produtividade”.
A
equipa acredita que o aquecimento climático provocou uma mistura das
profundezas do oceano que suscitou a libertação de nutrientes que alimentaram o
plâncton vivo mais próximo da superfície.
A
combinação ideal de mais luz e comida, bem como os níveis relativamente
elevados de ferro, devem ter proporcionado um lugar óptimo para florescimento
da vida.
(Foto:
Sob licença Creative Commons)
Sem comentários:
Enviar um comentário