sábado, 24 de agosto de 2013

VIDA NO PACÍFICO… O INÍCIO.


Depois da última Idade do Gelo acreditava-se que era o ferro, oriundo da plataforma continental submersa por acção do degelo em resultado da elevação das temperaturas, que tinha sido o “motor” do surgimento da vida no Oceano Pacífico (Norte). Hoje, publicamos um estudo que descarta essa teoria.


Os investigadores acreditam ter resolvido o mistério sobre a causa do despontar da vida no Oceano Pacífico Norte. A resposta é a combinação perfeita de nutrientes, luz e águas ricas em ferro.
No final da última Idade do Gelo, à medida que as temperaturas da Terra começaram a subir, uma parte do mar no Oceano Pacífico Norte ficou subitamente repleta de milhares de fitoplânctons, foraminíferos e outras pequenas criaturas.
No entanto, este aumento da produtividade biológica há cerca de 14 mil anos foi de curta duração e terminou tão repentinamente quanto começou – apenas algumas centenas de anos mais tarde. Até agora, os investigadores acreditavam que uma onda de ferro havia causado o aumento da vida biológica.
Um novo estudo conduzido por cientistas do Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI) e da Universidade de Bristol defende que o ferro não desempenhou necessariamente um papel importante no fenómeno. Foi a combinação perfeita de nutrientes e luz que levou, afinal, à explosão de vida microscópica no oceano.
A velha teoria defendia que, à medida que os glaciares derretiam e o nível do mar subia, partes da plataforma continental eram submersas, conduzindo o ferro para a água. Esta visão foi apoiada por estudos geológicos que mostraram evidências de vida em longos cilindros de rocha perfurados no fundo do oceano.
Desta vez, os investigadores fizeram uma nova interpretação dos sedimentos, incluindo da amostra GGC-37 – cilindro de rocha de um local perto da Península de Kamchatka, na Rússia. O objectivo era perceber se o ferro estava presente na altura em que se registou o aumento de vida no oceano.
Phoebe Lam, co-autora do estudo, disse: “Vimos que o fluxo de ferro durante os períodos glaciais foi realmente muito elevado e que caiu durante o degelo. Não vimos qualquer evidência de um pulso de ferro antes deste pico de produtividade”.
A equipa acredita que o aquecimento climático provocou uma mistura das profundezas do oceano que suscitou a libertação de nutrientes que alimentaram o plâncton vivo mais próximo da superfície.
A combinação ideal de mais luz e comida, bem como os níveis relativamente elevados de ferro, devem ter proporcionado um lugar óptimo para florescimento da vida.


(Foto: Sob licença Creative Commons)

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